Alca: adesão sem prejuízo ao Brasil

Brasília

– O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) não é o “demônio” nem o “céu”, mas algo positivo, dependendo de como forem conduzidas as negociações para a formação do bloco. “A Alca para alguns é o demônio, para outros é o céu. Para nós, nem uma coisa nem outra. Não é também o purgatório”, disse ao discursar para participantes da Cúpula Parlamentar de Integração Continental, no Itamaraty.

Segundo Fernando Henrique, a Alca é uma “coisa positiva dependendo muito de como encaremos essas negociações, com espírito construtivo e com a defesa dos interesses nacionais”. “É com esse espírito que acredito que o meu governo está trabalhando na matéria e tenho certeza de que o governo vindouro levará no mesmo caminho de busca de uma ampliação de mercados com equanimidade”, discursou.

Na abertura da Cúpula que tratará do papel do legislativo nas negociações do bloco econômico, na Câmara, foi confirmada a posição política do governo brasileiro em relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca): a adesão ao bloco será natural, desde que não haja prejuízo à economia dos países em desenvolvimento. Promotor do evento, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), disse que não há como ignorar a tendência mundial de integração econômica, mas que é preciso ampliar as discussões com os parlamentos de todos os países envolvidos.

O vice-representante de Comércio dos EUA, Peter Allgeier, um dos participantes do encontro, fez um discurso cauteloso, procurando rebater as críticas contra seu País na condução das negociações da Alca. Para ele, “do ponto de vista dos Estados Unidos, tudo pode ser negociado”. Mas cobrou: “Agora, esperamos que nossos parceiros participem da negociação com o mesmo espírito.” Para o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), além da aproximação política, econômica e social, a Alca “pode constituir-se em oportunidade inigualável para os países do Continente alcançarem a unidade de ideais dentro da riqueza.” Participam do encontro 35 representantes de parlamentos de países da américas.

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