Acordo com FMI prevê inflação de 6% em um ano

Brasília

  – A meta com o FMI para o próximo trimestre (julho, agosto e setembro) é de uma inflação anualizada de 8% e, para o final do ano (último trimestre), cai para 6,5%. Nos primeiros três meses de 2003 a meta será de 6% e, no segundo trimestre (abril, maio, junho), de 5,5%. Já no terceiro trimestre de 2003 a meta será de 5%.

As expressões mais usadas pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, ao avaliar os termos do novo acordo firmado pelo governo brasileiro com o FMI foram fim da turbulência e transição tranqüila. Segundo o ministro, o acordo, que prevê a liberação de US$ 30 bilhões ao longo de 15 meses – de setembro deste ano até dezembro de 2003 – foi a prova de que o Brasil teve, tem e terá apoio internacional.

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afirmou que o acordo firmado com o FMI é “espetacular” e disse que o governo brasileiro acertou com o Fundo novas metas de inflação que servirão para acompanhamento do cumprimento do acordo. Segundo ele, o descumprimento dessas metas levará o governo a, imediatamente, ter que se explicar com o FMI, apesar de não ser um critério de desempenho que impeça os saques dos recursos. Essas metas são trimestrais e não substituem as metas atuais, estabelecidas internamente pelo governo. Ou seja, as metas do governo de inflação de 3,5% para 2003 e de 4% para 2004 estão mantidas, independentemente de qualquer acordo com o Fundo.

Para o próximo trimestre (julho, agosto e setembro), a meta com o FMI é de uma inflação anualizada de 8% e, para o final do ano (último trimestre), cai para 6,5%. Nos primeiros três meses de 2003 a meta será de 6% e, no segundo trimestre (abril, maio, junho), de 5,5%. Já no terceiro trimestre de 2003 a meta será de 5%. Todas essas metas são centrais e admitem um intervalo de variação de 2,5 pontos percentuais para cima e para baixo. “Queria ressaltar que as nossas projeções de inflação estão bem abaixo dessas”, afirmou Fraga.

Fraga anunciou mudanças na política na intervenção no câmbio. O BC vai suspender a venda direta de dólares (US$ 50 milhões) ao mercado diariamente, apesar de manter o compromisso de sempre atuar no mercado de câmbio quando entender que há falta de dólares. “Não temos compromisso com a taxa de câmbio”, voltou a insistir. Segundo ele, foi acertado com o Fundo que, caso a intervenção no câmbio ultrapasse o valor de US$ 3 bilhões num intervalo de 30 dias, o Brasil terá que dar explicações ao Fundo.

“Não se trata de um critério de desempenho, mas é algo aceitável tendo em vista que o Fundo abriu mão de um de seus preceitos nesses tipos de acordo, que é manter um limite mais baixo de reservas líquidas”, disse. Ele ressaltou que tem confiança que há um entendimento de que o Brasil tem um caminho ?bom? pela frente, apesar de a conjuntura não ser boa nacional e internacionalmente.

Voltar ao topo