Acordo com FMI deixa empresários confiantes

São Paulo

e Rio  – Os sinais ainda são fracos, mas a expectativa dos empresários é que a economia saia do marasmo dos últimos dias, quando a disparada do dólar provocou o cancelamento de pedidos e travou a produção. O motivo é o fechamento do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na sexta-feira, por exemplo, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) confirmou a retomada de negociações para repor de estoques do varejo. Não existe ainda garantia de vendas, mas as conversas já significam avanço. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) espera que os efeitos do acordo com o FMI fiquem mais claros em duas semanas.

? Existe um provérbio árabe que manda abrigar o camelo quando a tempestade se aproxima. A tempestade foi o dólar. Espera-se que o dinheiro do FMI traga o sol ? afirma Roberto Faldini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.

A consistência e a velocidade da recuperação da economia vão depender de dois fatores. O primeiro deles é o dólar, que na sexta-feira voltou a ficar acima dos R$ 3. Faldini calcula que, com uma cotação entre R$ 2,60 e R$ 2,70, seria possível estabilizar já neste mês o nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista. O indicador foi de 80,1% em junho, o mais baixo para o mês desde 1999 (79,4%), e a previsão para julho é de nova retração.

O segundo fator se refere à volta das linhas de crédito à exportação. O mercado estima que, desde o início da crise financeira, mais de 50% das linhas comerciais tenham sido cortadas ou não renovadas. Com o empréstimo do FMI, a indústria do plástico voltou a esperar para setembro o início do programa de exportação do setor. Elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, o plano prevê zerar o déficit de US$ 316 milhões só na balança comercial das empresas de transformação e atingir em três anos o superávit de US$ 1 bilhão.

? Dificilmente o governo seguiria com o projeto antes do acordo com o FMI ? diz Merheg Cachum, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).

A má notícia para o consumidor é que, seja qual for o ritmo das negociações entre indústria e varejo, haverá repasse da alta do dólar para os preços.

O site de vendas diretas da Semp-Toshiba é um exemplo: de computadores a produtos da linha de imagem e som, os reajustes chegaram a 30% nos últimos dez dias.

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