Acordo automotivo deve sair em junho

Rosário (AE) – O presidente da Associação de Fabricantes de Veículos Automotores da Argentina (Adefa), Felipe Rovera, disse ontem que as negociações sobre o acordo automotivo comum do Mercosul poderão ser concluídas em junho próximo. Devido às dificuldades de se chegar a um entendimento, Rovera sugeriu que ?o governo argentino deveria fixar a meta principal e depois negociar com cada empresa?.

Ele disse que as empresas querem evitar que se repitam situações como a enfrentada pelo setor no final do ano passado, ocasião em que terminou o acordo provisório e o Brasil e a Argentina tiveram que assinar às pressas um documento prorrogando-o por mais seis meses, por falta de um consenso entre o setor privado e o governo argentino.

?Não queremos passar outra vez pela situação de fechar um protocolo, no último momento, e reiteramos que as empresas, tanto do Brasil quanto da Argentina, querem fixar uma data para o início do livre comércio e que o flex (coeficiente que limita as exportações de veículos entre os dois países) seja calculado por empresa e não por setor?, afirmou Rovera, que é presidente da GM argentina.

Desde junho do ano passado, quando o governo argentino recusou-se a aceitar a entrada em vigor do livre comércio a partir de janeiro de 2006, as autoridades e as empresas de ambos países vêm mantendo reuniões para chegar as novas regras para o setor. Porém, o governo argentino insiste em que essas normas beneficiem as empresas que fabriquem automóveis nos dois lados da fronteira, para evitar que os investimentos das montadoras se concentrem no Brasil.

?Não queremos que haja restrição no fluxo de comércio, que proíbam ou penalizem as empresas que não produzem em um determinado país?, explicou Rovera. ?A melhor maneira de proibir é premiar?, afirmou o executivo, sugerindo que, ao invés de taxar a importação de automóveis por parte da empresa que não produz na Argentina, como é o caso da Fiat, o governo de Néstor Kirchner deveria oferecer algum tipo de incentivo para atrair a montadora.

Outro entrave às negociações é a insistência do governo argentino de não querer fixar uma data para o início do livre comércio. Tanto a Adefa quanto a brasileira Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) consideram que a ausência de uma data e de regras claras para o setor, são sinais negativos para os outros mercados.

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