Volta ao trabalho

Acordo acaba com a greve dos petroleiros

Representantes dos petroleiros e da Petrobras chegaram, ontem, no Rio de Janeiro, a um acordo para não prorrogar a greve nacional. Cada sindicato da categoria ainda teria que encaminhar a proposta de término da mobilização às assembleias, para que os próprios trabalhadores decidissem.

Porém, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) recomendou o término da greve. A paralisação, iniciada na última segunda-feira, já estava com seu final previsto para a meia-noite de ontem.

Segundo o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio de Moraes, os trabalhadores conseguiram aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para 12,5%, o mesmo valor da gratificação paga no ano passado.

Em nota enviada à imprensa, a FUP afirmou que a empresa se compromete a não punir nem perseguir os trabalhadores que tenham feito greve, assim como a desistir dos interditos proibitivos movidos contra os trabalhadores durante os cinco dias do movimento.

“Ontem (quinta-feira) só não fechamos acordo porque a empresa insistia em manter uma cláusula dizendo que iria apurar os excessos cometidos durante a greve. Hoje (ontem) ela recuou e garantiu que não haverá punição a ninguém”, disse o diretor Jaó Antonio Moraes. Ainda segundo ele, a Petrobras se comprometeu a negociar com os trabalhadores mudanças na política de segurança e melhoria das condições de trabalho.

Sobre o pagamento de horas extras nos feriados, a Petrobras não foi favorável à proposta, mas aceitou fazer o pagamento do benefício pelo menos no dia 1.º de maio, Dia do Trabalhador. “Não foi aceita a plenitude dos nossos pleitos, mas houve avanços significativos”, disse Moraes.

Araucária

O quinto dia de greve dos petroleiros foi marcado, em Araucária, pelo retorno de empregados indicados pelo sindicato da categoria ao controle das operações da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras.

A volta, que aconteceu ontem, às 15h30, se deu graças a um acordo firmado em audiência, realizada no dia anterior, na 2.ª Vara do Trabalho de Araucária, que durou mais de três horas.

Segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná (Sindipetro-PR), Silvaney Bernardi, com o acordo, os trabalhadores que ultrapassaram o limite de oito horas de jornada foram substituídos por um grupo de vigília técnica do sindicato.

As jornadas excessivas estiveram entre os principais motivos de discussões entre o sindicato e a Petrobras, durante a semana. O grupo que tinha assumido as operações às 15h30 de domingo (22), ainda antes do início da greve, só deixou a companhia na terça-feira, quando foi substituído por um grupo de contingência. A questão foi levada à Justiça do Trabalho, que estabeleceu multa de R$ 200 mil por hora em caso de jornadas superiores a oito horas diárias na refinaria.