Acidentes de trabalho cresceram 56% no Paraná

Os acidentes típicos de trabalho – como quedas, esmagamentos, soterramentos e explosões – estão dando lugar a outros tipos de problemas, tão graves como os primeiros, porém mais difíceis de serem enquadrados: as doenças ocupacionais. De acordo com o último Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, editado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Previdência Social, no Paraná 36.227 trabalhadores sofreram algum tipo de acidente de trabalho em 2005 – em 2001, haviam sido 23.231 trabalhadores. Ou seja, aumento de 56% no período. Em nível nacional, foram 491 mil vítimas de acidentes de trabalho em 2005.  

Para o presidente da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO), Marcos Domingos da Silva, os números apresentados não refletem a realidade brasileira. ?O número pode chegar a um milhão de vítimas por ano?, apontou. O assunto é tema do II Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional, que começou na última segunda-feira e se encerra amanhã, no Embratel Convention Center, em Curitiba.

Conforme dados apresentados pela ABHO, o número de acidentes e doenças do trabalho cresceram quase 55% entre 2000 e 2005 em nível nacional; no mesmo período, o número de trabalhadores formais cresceu apenas 24,5%, passando de 26,2 milhões para 32,6 milhões de pessoas.

Paraná

No Paraná, 36.227 trabalhadores sofreram algum tipo de acidente de trabalho em 2005 – deste total, 206 morreram e 1.158 ficaram permanentemente incapacitados. O Estado ficou na quarta posição no ranking nacional. De acordo com Sérgio Silveira de Barros, delegado da Delegacia Regional do Trabalho no Paraná (DRT-PR), o número de registros caiu entre 98 e 2001, de 29 mil para 24 mil no período. ?Porém, de 2002 para cá, começou a ascensão. De lá para cá, surgiram 10 mil novos casos?, afirmou.

Para o delegado, o aumento se deve ao crescimento da economia – consequentemente o incremento do número de trabalhadores – e ao melhor aferimento dos dados. É que hoje a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) não é emitida apenas pelas empresa, mas pode ser solicitada por sindicatos, órgãos públicos e até familiares.

Sobre as doenças ocupacionais, que respondem por menos de 10% dos registros de acidentes de trabalho, Barros destacou que elas nem sempre são enquadradas como acidentes de trabalho. ?Para problemas articulares, por exemplo, acha-se uma enormidade de causas e não o trabalho. O médico acaba adotando uma postura conservadora e não emite a CAT?, apontou. Segundo ele, 50% das doenças ocupacionais são relativas a problemas articulares, seguida pelas doenças auriculares (perda da audição), com 20% das incidências e problemas de pele (dermatites, dermatoses), com 10%. 

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