Abiquim pede atenção à indústria por parte do governo

O presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Carlos Fadigas, defendeu, na manhã desta quarta-feira, 24, que o governo brasileiro priorize, em eventuais futuras medidas de redução dos custos da energia, as condições de fornecimento à indústria nacional. Na visão do executivo, que também preside a petroquímica Braskem, a redução do custo da energia tem um poder multiplicador à população, o que não acontece quando a prioridade é dada ao consumidor residencial.

“Proponho ao governo brasileiro que futuras propostas de redução de custos tenham como destino a indústria brasileira e seu efeito multiplicador na economia. Falamos de ganhos proporcionados pela geração de emprego, aumento de renda e geração de divisas, por exemplo”, afirmou Fadigas, que participa nesta quarta-feira do evento “A Indústria na Política Econômica do Próximo Governo”, em São Paulo.

Ao citar uma série de entraves para a competitividade da indústria brasileira, Fadigas destacou que o custo da energia no Brasil cresceu 90% entre 2004 e 2014. Já o custo do gás natural cresceu 60%. Ambos os números tem condições muito distintas daquelas vistas em países como Estados Unidos e México, o que explica a decisão de algumas indústrias brasileiras de investir na América do Norte em detrimento do Brasil. A própria Braskem constrói neste momento um complexo petroquímico no México, em parceria com a mexicana Idesa, e estuda a instalação de outro polo nos Estados Unidos.

Fadigas também defendeu que o governo utilize o petróleo e o gás natural brasileiro para estimular a indústria nacional. “O desejo da indústria nacional é o de que possamos industrializar no Brasil esse recurso natural. Queremos esses recursos em benefício da indústria brasileira”, salientou o executivo da Abiquim, após lembrar o potencial de exploração do pré-sal na costa brasileira.

Além do custo da energia, Fadigas enfatizou como entraves à indústria a carga tributária, os problemas de infraestrutura, os elevados custos de mão de obra, matéria-prima e taxas de juros, além do câmbio sobrevalorizado, na visão da indústria, e do excesso de burocracia.

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