Abear: tempo adicional de voo no Brasil é alto devido a falta de infraestrutura

A falta de infraestrutura em aeroportos e sistemas de aviação no Brasil reduziram a eficiência dos voos e fizeram com que a duração das viagens demorasse 11% a mais do que o necessário em 2014. De acordo com números da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (ABEAR), o valor tem impacto em custos e na satisfação dos clientes, mas tende a melhorar em 2015 com novas construções aeroportuárias.

De acordo com relatório do grupo, o tempo adicional de voo registrou acentuada elevação a partir de 2005, com o aumento de fluxo de passageiros. Em seguida, desde 2011, a taxa se estabilizou em 11%, o que é considerado bastante alto para parâmetros de referência internacionais. Nos EUA, por exemplo, as defasagens variam em torno de 1% ao longo do tempo.

Para a ABEAR, o resultado é o custo maior com combustível, aumento do impacto ambiental, utilização desnecessária de tripulações e desgaste de equipamentos. “O valor só não é maior por causa dos programas de melhora de infraestrutura dos últimos anos”, afirmou o presidente da instituição, Eduardo Sanovicz.

Em 2014, de todos os atrasos apurados no estudo, cerca de 72% foram decorrentes de problemas no sistema aeronáutico, enquanto uma fatia de 19% ocorreu por responsabilidade exclusiva das companhias. O atraso é definido como uma variação de 15 minutos em relação ao horário programado.

A tendência, no entanto, é de melhora na eficiência dos voos. Para o consultor técnico, Maurício Emboaba, a privatização e as obras em aeroportos, como o aumento dos pátios, se somam a esforços para aprimoramento de rotas, o que deve contribuir para a queda na defasagem. Embora ainda não tenha números exatos, Emboaba disse que a expectativa é de uma melhora já em 2015.

“Mas não haverá grande impacto no curtíssimo prazo. Precisamos de mais um ou dois anos para perceber os efeitos das ações tomadas de forma sensível”, ressaltou o consultor.

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