Abdib: recursos de longo prazo desafiam infraestrutura

O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, afirmou hoje que o grande desafio para o setor de infraestrutura é obter oferta de financiamentos de longo prazo. Ao deixar a reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento (GAC), no Ministério da Fazenda, Godoy disse que a estimativa da Abdib é de que serão necessários R$ 160 bilhões em empréstimos nos próximos anos. Segundo ele, o setor investe hoje R$ 106 bilhões e deve apresentar um crescimento de 10% ao ano. “A agenda principal da infraestrutura é garantir novas fontes de financiamento até 2014”, afirmou.

Godoy lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestou para o setor, incluindo a Petrobras, R$ 68 bilhões em 2009. Considerando que parte dos investimentos é das carteiras das empresas (valor não estimado por Godoy) e cerca de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões são de financiamento do setor financeiro privado, ainda serão necessários cerca de R$ 40 bilhões em financiamentos para atender a previsão de investimento em infraestrutura até 2014. “Este é o grande desafio, já que vamos mudar de patamar no País”, afirmou.

O presidente da Abdib acredita que a criação da Letra Financeira, que poderá ser emitida pelos bancos para captar recursos, e a disposição demonstrada pelo BNDES de comprar até 20% das emissões de títulos privados de longo prazo já devem ajudar na criação de fontes de financiamento no País.

Godoy afirmou que durante a reunião do GAC todos os setores revelaram preocupação com o aumento das taxas de juros. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação está sob controle e não vê razão para a escalada dos juros. Ele afirmou que há muita gente apostando no mercado futuro de juros e que isso faz parte do jogo, mas há uma outra parte do jogo que são as pessoas que não acreditam na necessidade de elevar as taxas. “O aumento dos juros trabalha contra a perspectiva de retomada do crescimento econômico”, disse.

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