12 cidades concentram riqueza em serviços

A Bacia Hidrográfica do São Francisco, que representa 7,5% do território nacional e onde habitam 9,6% da população brasileira, apresenta grandes desigualdades econômicas e sociais, segundo estudo divulgado hoje pelo IBGE. De acordo com o instituto, a concentração econômica verificada pelo estudo na região revelou que apenas 12 municípios integrantes da bacia contribuíam com 75,9% do total da riqueza produzida pelo setor de serviços – que mais pesa na economia da região -, destacando-se, além de Brasília e Belo Horizonte, que totalizam 60,93% da riqueza, os de Contagem (4,63%) e Betim (4,11%), ambos em Minas Gerais.

Entre os 506 municípios, distribuídos por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Distrito Federal, segundo o estudo “coexistem polos de desenvolvimento industrial e agrícola com ‘vazios logísticos’, pequenos municípios de baixa dinâmica demográfica e de características dominantemente rurais”.

O estudo do IBGE mostra que, no que diz respeito ao abastecimento de água, enquanto na maioria dos municípios mineiros cada habitante podia consumir de 160 até 640 litros de água por dia, nas regiões mais secas e com populações maiores, como Guanambi e Irecê (ambos na Bahia), o volume de água disponível para cada pessoa era de 40 a 160 litros por dia. De acordo com o instituto, “o esgotamento sanitário constituía outro serviço extremamente deficiente na Bacia do São Francisco, tanto nos municípios mais desenvolvidos ou naqueles estagnados economicamente”.

O estudo conclui, segundo o documento do IBGE, que “as soluções para uma melhor distribuição da riqueza da bacia passam não apenas pela realização de obras de infraestrutura, mas também pela busca de alternativas adequadas a cada realidade. Nesse sentido, existe uma extensa rede de organizações não-governamentais (ONGs) atuando na bacia, procurando novos caminhos para superar um modelo tradicional de políticas de desenvolvimento para a região”.

O estudo Vetores Estruturantes da Dimensão Socioeconômica da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é inédito e, de acordo com o IBGE, “traz um retrato da região, com informações socioeconômicas, dados sobre a expansão da atividade agrícola, o perfil das finanças municipais, os usos múltiplos da água, saneamento básico e, ainda, a organização da sociedade civil”.

Voltar ao topo