Dulci diz que eleição de Rebelo mostra que governo não é cachorro morto

O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, disse, nesta quinta-feira, em Belo Horizonte, que a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), demonstra que o governo não pode ser considerado um "cachorro morto". Na avaliação de Dulci, a vitória de Rebelo revela que a administração federal continua capaz de articular a base aliada no Congresso.

"O governo nunca assumiu papel de cachorro morto. Os adversários é que tentaram, artificialmente, tratar o governo assim. O governo nunca aceitou e está visível agora que essa nunca foi a condição verdadeira", afirmou, mostrando alívio com o triunfo do novo presidente da Câmara dos Deputados.

O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República participou pela manhã da abertura do Seminário Encontro com o Mercosul e atacou os que apostaram na derrota do Poder Executivo. "Ao contrário do que tantos catastrofistas previram ou tentaram fazer crer na sociedade brasileira, existe uma base aliada na Câmara dos Deputados; o governo tem capacidade de articulá-la."

Presente ao evento, o prefeito da capital mineira, Fernando Pimentel (PT), foi na mesma linha e disse que, com a eleição de Rebelo, o Executivo retoma a maioria na Câmara. "Ao contrário de algumas análises apressadas, o resultado mostra que o governo federal está, sim, na ofensiva."

Dulci e Pimentel elogiaram a experiência legislativa e o "alto nível intelectual" do novo presidente da Câmara. "Isso dá início ao resgate da própria imagem da Câmara", observou o chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

Muito limpa

Sobre as denúncias de barganha política, com a liberação de verbas para as emendas parlamentares à véspera da eleição, Dulci afirmou que se trata de "um calendário normal" e negou qualquer "interferência indevida" do Executivo no Legislativo. "Foi uma eleição muito limpa", assegurou.

"As emendas são liberadas ao longo dos quatro anos. O governo do presidente Lula – e a mesma coisa aconteceu, por exemplo, com o governo do ex-presidente Fernando Henrique – vai liberando os recursos para que as emendas sejam executadas à medida que a receita permite", afirmou. "Isso é uma obrigação do poder Executivo."

MPs

Em relação à crítica corrente de que a atual gestão abusa da edição de medidas provisórias (MPs), ele admitiu que, "na medida do possível", deverá haver um "esforço para reduzir as medidas provisórias". Segundo Dulci, as MPs se tornarão "menos necessárias" conforme a Câmara retome as votações de projetos de lei.

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