Dossiê: Bornhausen acusa Bastos de proteger governo

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou que o dinheiro encontrado pela Polícia Federal (PF) com Gedimar Passos e Valdebran Padilha tem origem "escusa" e é "dinheirama de corrupção". Ele acusou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de interferir nos processos para proteger o governo e o desafiou a mostrar as imagens do dinheiro apreendido com os dois ligados ao PT

Passos, ex-policial federal que trabalhava na campanha de Lula, e o petista Padilha foram presos na sexta-feira passada em um hotel em São Paulo com R$ 1,75 milhão, que seria para a compra de um dossiê, elaborado pela família Vedoin, envolvendo tucanos no escândalo dos sanguessugas.

"O ministro tem sempre agido como advogado criminalista de Lula. Não tem isenção. Ele interfere nos processos. Protegeu Palocci (ex-ministro da Fazenda, acusado de comandar a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa) com um integrante de seu gabinete", afirmou Bornhausen, ressaltando que a Polícia Federal agiu no caso a pedido do Ministério Público. Ele acusou o ministro de interceder no processo para evitar os esclarecimentos. "Espero que o ministro Márcio, que diz ser isento, mostre as fotografias (do dinheiro). É um desafio", sustentou o pefelista.

Bornhausen foi categórico ao afirmar que o dinheiro encontrado com Passos e Padilha tem origem na corrupção e sugeriu que ele possa ser do assalto ao Banco Central em Fortaleza ou das cartilhas confeccionadas pelo governo para serem entregues pelo PT, que estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Tanto os reais quanto os dólares (apreendidos com Gedimar Passos) estão em série. Sei lá de onde vieram e de onde surgiram. Se foram das cartilhas, do assalto ao Banco Central em Fortaleza. É grave, sim, e tem de ser apurado", afirmou Bornhausen.

O presidente do PFL classificou Freud Godoy, o assessor do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitido ontem como um dos integrantes da "corriola" do presidente Lula. "O presidente tem uma corriola, e Godoy faz parte dela. São pessoas que se aliam no submundo da bandidagem. Não há dúvida. Os fatos se repetem. Começou com Waldomiro Diniz e José Dirceu e surge agora o Freud", disse.

Diniz, ex-assessor parlamentar da Casa Civil, foi flagrado pedindo propina a um dono de casas de bingo. O ex-ministro José Dirceu teve o mandato de deputado cassado pela Câmara e foi apontado pelo procurador-geral da República como integrante de uma organização criminosa, no caso do mensalão.

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