Todos os domingos, centenas de famílias de curitibanos saem da cidade e dirigem-se a um dos sete circuitos de turismo rural existentes na região metropolitana. Eles visitam os locais turísticos da região como os lagos, cachoeiras, parques, patrimônio cultural (igrejas), patrimônio natural (grutas, fontes de água mineral), visitam lavouras, almoçam em propriedades típicas de agricultores familiares e terminam o dia comprando artesanato e produtos artesanais como geléias, doces, sucos, queijos, entre outros. No fim do dia, voltam renovados após passar um dia ?no campo?.
Esse passeio, denominado ?Domingo Rural?, está sendo possível porque em 1999 um grupo de engenheiros agrônomos do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) transformou em produtos turísticos os atrativos da Região Metropolitana de Curitiba.
Naquela época os técnicos tinham o desafio de preservar as áreas de mananciais ao redor de Curitiba, do uso intensivo de agroquímicos aplicados nas lavouras. ?Era necessário romper esse ciclo de somente plantar e colher?, disse Ednei Bueno do Nascimento, então coordenador do projeto. ?Ocorre que os produtores precisam sobreviver sem essa renda?, acrescentou.
Foi quando a Emater começou a executar novas políticas públicas, capacitando o agricultor no desenvolvimento de novas atividades para não ficar restrito somente ao setor primário. Segundo Ednei, os técnicos da Emater mapearam as regiões com interesses turísticos, formataram os produtos de acordo com o que já existia e o potencial de cada região e incentivaram a exploração desse novo segmento pelo produtor rural. O agricultor então passou a oferecer os produtos de sua propriedade aos visitantes como um almoço, café colonial, visitação de lavouras de agroecologia, frutas, flores e outros.
Com o processo de visitação, as economias locais dessas áreas se dinamizaram e o agricultor se capacitou mais para trabalhar essas novas alternativas. Foi criado o produto ?Domingo Rural?, que inclui o Circuito Italiano, em Colombo; o Caminho do Vinho, em São José dos Pinhais; Caminhos de Guajuvira, em Araucária, Visitas ao Museu do Mato e ao Sítio Recanto Nativo, em Campo Largo e Campo Magro; Caminho Trentino, em Piraquara, Witmarsum, em São Luiz do Purunã e Passeio de Barco no rio Iguaçu em Palmeira e Porto Amazonas.
Por um preço fixo, que varia de R$ 25,00 a R$ 30,00 por pessoa, o serviço oferecido inclui transporte, serviços de guia de turismo, um almoço e seguro de viagem.
Atualmente são 13 colônias rurais ao redor de Curitiba, todas com circuitos de turismo sendo explorados. O caminho do Vinho iniciou com oito pontos de visitação em 1999. Em 2002, já haviam 50 pontos de visitação entre propriedades da agricultura familiar, práticas de agroecologia e agroindústrias do vinho.
Programa Estadual
Essas políticas públicas estão sendo transformadas em programa estadual de Turismo Rural, como meio de fortalecimento da Agricultura Familiar. O Paraná tem um grande potencial para exploração desse segmento, diante da existência de muitos atrativos naturais e da presença dominante da Agricultura Familiar, o que favorece o atrativo de visitantes urbanos que valorizam a vida no meio rural.