Discussões técnicas da Rodada Doha chegaram quase ao limite, diz Amorim

Washington (EUA) – Na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, as discussões técnicas da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram quase ao limite. Agora, acrescentou, é preciso uma decisão dos líderes políticos dos 150 países envolvidos.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (30) em Washington, o ministro disse que o encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush amanhã (31), em Camp David, tem caráter de fortalecimento político das discussões.

De acordo com o chanceler, o intuito do presidente Lula é encontrar uma base para as negociações da rodada, que discute, dentre outros, o fim de subsídios agrícolas por países desenvolvidos, a facilitação da entrada de produtos agrícolas nos países ricos e de produtos industrializados nas nações mais pobres.

"Claro que queremos que os americanos reduzam [os subsídios] e reduzam muito. Mas a questão é encontrarmos as bases para um acordo que envolve muitos países e muitos grupos de países", ponderou. "O que me parece que os presidentes provavelmente farão é buscar dar um impulso político para esta que pode ser a última chance de termos o acordo da OMC em um prazo relativamente curto".

Amorim afirmou ainda que este momento é o mais propício para que os líderes políticos dos países envolvidos discutam a Rodada Doha desde a última reunião de cúpula do G-8 (grupo que reúne as sete maiores economias do mundo, além da Rússia), em São Petersburgo, em julho do ano passado.

"Não vou dizer que é fácil, mas a condição política é menos difícil do que naquela época".

Na tarde desta sexta-feira, a Rodada de Doha também foi tema da reunião que  Amorim teve com a representante comercial norte-americana, Susan Schwab. O ministro já havia conversado sobre esse assunto nesta sexta-feira pela manhã, em um encontro com a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.

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