Diretor-geral da OMC afirma que a crise da Rodada Doha é ”controlável”

Brasília – Embora admita que mais uma vez não houve avanço nas negociações da Rodada de Doha, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, adianta que vai realizar intensos contatos diplomáticos nas próximas semanas para tentar aproximar as posições do G20 (grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil), da União Européia e dos Estados Unidos.

"Não progredimos, mas não creio que [o impasse] seja insuperável. É uma crise, mas parece controlável. Ainda não há pânico", declarou Lamy, de acordo com a agência Lusa. A negociação, que já dura cinco anos, gira principalmente em torno dos incentivos dos países ricos aos seus produtores agrícolas e das taxas de importação de produtos industrializados.

Embora o diretor da OMC não tenha fixado nova data para um acordo, o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, sugeriu que o fracasso de Genebra seja superado em duas semanas, quando terá início a próxima cúpula do G8 (sete países mais ricos e a Rússia), em São Petersburgo, na Rússia. A Rodada de Doha deve ser assunto de destaque no encontro.

O G20 e outros países pobres e em desenvolvimento divulgaram comunicado conjunto que reitera a intenção de não abrir mão das reivindicações. O documento lembra que as necessidades e interesses dos países em desenvolvimento estão "no coração do programa" da Rodada de Doha, e que "qualquer tentativa de renegociar ou reescrever tais acordos não seria aceitável".

Outro trecho deixa claro que o impasse parece longe de uma solução: "O sucesso da Rodada não pode depender primordialmente dos esforços de países em desenvolvimento. A maior contribuição deve vir dos países desenvolvidos, que precisam mostrar liderança nesse processo".

Voltar ao topo