Em reunião realizada no final da tarde de hoje (23), na capital mineira, a direção do Banco Rural confirmou aos representantes do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, que desligou, na última sexta-feira, cerca de 400 funcionários que faziam parte do quadro das agências em todo o País. Além das demissões, a instituição financeira também fechará algumas agências. Porém, o número de unidades e a data para o fechamento não foram informados. O processo de enxugamento, conforme o banco, faz parte da reestruturação iniciada pela instituição em setembro do ano passado
Na época, o Banco Rural teve seu nome envolvido nas denúncias de corrupção que envolveram o empresário mineiro Marcos Valério, acusado de repassar ilegalmente recursos a parlamentares e a direção do Partido dos Trabalhadores (PT). Desde o fim de setembro e início de outubro do ano passado, o banco demitiu pouco mais de mil funcionários. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Fernando Neiva, desde o ano passado, o Rural fechou 26 agências em todo o País. "E agora vai fechar outras 24 com as novas demissões", afirma
Dados do Sindicato apontam que o Rural, em 2002, mantinha 81 agências e cerca de 2.200 funcionários. Atualmente, depois da ter se envolvido na crise, a instituição passou a ter 800 trabalhadores em 42 agências. Para Neiva, apesar do momento delicado, o fechamento das agências e as demissões poderiam ter sido evitadas. "O último balanço mostra que o banco poderia se recuperar sem as demissões. Porém, preferiu adotar as medidas apontadas por uma consultoria que encontrou nas demissões e no fechamento das agências o único caminho para a sobrevivência", diz o líder sindical.