Dirceu entrega hoje sua defesa no Conselho de Ética

O deputado José Dirceu (PT-SP) vai tentar desqualificar a denúncia contra ele que motivou a abertura do processo de cassação de seu mandato na defesa escrita que será entregue hoje ao Conselho de Ética da Câmara. O prazo de cinco sessões para a entrega da defesa termina hoje às 18h30. Na defesa, Dirceu deverá argumentar que não pode ser processado pelo conselho porque a justificativa apresentada aponta para fatos que aconteceram no período em que o deputado estava licenciado da Câmara e exercendo cargo de ministro.

Esse argumento dará base para um eventual recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o deputado seja cassado.

Na defesa escrita, Dirceu deverá repetir o que afirmou em seu depoimento no Conselho de Ética no dia 2 de agosto passado de que não tinha detalhes de como o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares estava solucionando o problema de falta de recursos que o PT enfrentava. Dirceu deverá também desqualificar as testemunhas que foram apresentadas no pedido de cassação: o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e a mulher dele, Renilda Maria Santiago. Os dois já prestaram depoimentos à CPI dos Correios afirmando que Dirceu tinha conhecimentos das negociações feitas por Delúbio.

A defesa vai argumentar que Marcos Valério já se declarou inimigo de Dirceu e que Renilda é mulher do empresário e, portanto, suspeita para acusar o ex-ministro. De acordo com a defesa de Dirceu, os diretores dos bancos Rural e BMG, Kátia Rabelo e Flávio Guimarães, respectivamente, já negaram que tenham tratado de negócios do PT com o então ministro, contrariando o que Valério e Renilda afirmaram. A defesa de Dirceu vai pedir o arquivamento do processo por falta de objeto para processá-lo.

Para pedir a cassação de Dirceu, o PTB argumentou que o então ministro da Casa Civil, junto com o então tesoureiro do PT Delúbio Soares, levantou recursos no Banco Rural e no BMG, por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, com a finalidade de pagar parlamentares para que votassem projetos em favor do governo, interferindo e fraudando o regular andamento dos trabalhos legislativos e alterando o resultado das votações.

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