Dinheiro e arma em punho

O Instituto Internacional de Estudos para a Paz (Sipri, em inglês), sediado em Estocolmo, na Suécia, divulgou relatório com dados alarmantes. Segundo o Sipri, que estudou os orçamentos de todas as nações, os gastos mundiais com armamentos subiram 6% em 2007, passando para US$ 1,4 trilhão (impensáveis R$ 2,31 trilhões). O número representa 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Quase a metade deste valor (exatamente 45%) está concentrada nos Estados Unidos, que gastaram com armas US$ 547 bilhões. De 2001, ano do atentado contra o World Trade Center, para cá, o aumento nos gastos chegou a 59%. Valor que é explicado pela presença norte-americana no Afeganistão e no Iraque. Explica, mas não justifica.

Grã-Bretanha e China vêm logo a seguir – os britânicos também estão no Iraque, atitude que desgastou muito o ex-primeiro-ministro Tony Blair; e a China segue pronta para qualquer ?eventualidade?. Os países que mais aparecem nos dados do Sipri são as grandes potências e outros, como Israel e Paquistão, que são ?protagonistas? de conflitos étnico-religiosos e estão entre os primeiros na lista das armas nucleares operacionais.

Há, claro, uma correlação entre estes dados. É certo que países do Oriente Médio estão se armando – aparentemente afastados das confusões, os Emirados Árabes Unidos estão na lista dos principais receptadores de armas pesadas. Com dinheiro na mão, eles investem pesado em armamentos.

Ao mesmo tempo, há uma corrida armamentista na Ásia (a Coréia do Norte aparece com destaque nos números do Sipri). E os norte-americanos e seus aliados precisam arrumar uma forma rápida de resolver os conflitos no Iraque, antes que eles se alastrem definitivamente pela região.

O ano deve ser de investimentos pesados, até pela necessidade do exército dos Estados Unidos se modernizar continuamente. Mas não será assim por todo 2008, por conta da eleição presidencial de novembro, que colocará a questão militar no centro das atenções. Na teoria, uma vitória do democrata Barack Obama seria uma vitória pacifista. Mas não se pode confiar plenamente em teorias numa eleição.

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