Diesel baterá recorde histórico de consumo em 2004

O consumo brasileiro de diesel deve bater o recorde histórico de 39,1 bilhões de litros em 2004, segundo estimativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). O volume de vendas, 6 6% superior ao registrado no ano passado, foi impulsionado pela safra agrícola este ano, avaliou o vice-presidente da entidade, Alísio Vaz. O Sindicom identificou crescimento nas vendas de todos os combustíveis em 2004, revertendo o mau desempenho de 2003.

"O crescimento da economia vem se refletindo nas vendas de combustíveis", disse Vaz, ao fazer um balanço do ano. O consumo de gasolina, por exemplo, cresceu 7,8% no ano, e deve atingir a marca dos 23,3 bilhões de litros. O volume, porém, ainda é menor do que o verificado em 1999, quando o País consumiu 23,6 bilhões de litros. De qualquer modo, as vendas retomaram a tendência de alta, depois de quatro anos na casa dos 22 bilhões de litros ou menos. O consumo de gás natural veicular também cresceu: 20,13%, para 1,6 bilhão de metros cúbicos.

A alta nas vendas de derivados de petróleo e, particularmente, de diesel, é responsável pelo crescimento do déficit comercial do setor de petróleo. O Brasil é importador de diesel e a Petrobras precisa ainda importar petróleo leve para fazer o combustível em suas refinarias. A estimativa é de que o déficit deste segmento ultrapasse os US$ 5 bilhões este ano, mais do que o dobro do registrado em 2003.

Álcool

Entre os combustíveis pesquisados pelo Sindicom o que mais surpreendeu foi o álcool hidratado, cujas vendas cresceram 39,6% no ano, chegando a 4,4 bilhões de litros. O Sindicom, no entanto, avalia que a alta não representa um crescimento das vendas reais, mas do mercado formal, já que parte das vendas de álcool era feitas pelo mercado informal até a redução de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) promovida pelo governo paulista há um ano. "Houve uma legalização do álcool", afirmou o vice-presidente da entidade. Ele explica que a diminuição da alíquota no Estado, de 25% para 12%, desestimulou sonegadores, já que as margens de lucro com produtos sem impostos diminuiu. Tanto que, no Estado de São Paulo, as vendas de álcool cresceram 68%.

Perdas

A melhora no mercado de combustíveis, com o fim das liminares e a redução dos problemas no álcool, levou o Sindicom a rever sua estimativa de perdas tributárias no setor, que caiu de R$ 3,3 bilhões para R$ 2,6 bilhões por ano. Este volume representa o quanto governos federal e estaduais estão deixando de ganhar com sonegação de impostos e adulteração de combustíveis. Não há mais liminares contra a cobrança de impostos, mas ainda há perdas com operações irregulares de álcool, como a mistura além do permitido à gasolina e a "hidratação" de álcool anidro, para vender como hidratado nos postos.

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