Dias diz que se Duda não ‘dividir responsabilidade pagará caro’

Se "não dividir responsabilidade", o publicitário Duda Mendonça "pagará caro", afirmou hoje o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), referindo-se ao depoimento, quarta-feira (15), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Correios.

De acordo com Dias, é necessário que Duda Mendonça dê mais detalhes sobre a situação e esclareça vários pontos contraditórios que surgiram após o primeiro testemunho, feito espontaneamente à CPI em agosto.

"O que temos na CPI já é suficiente para pedirmos uma ação contundente em relação a Duda", completou. Mas a oposição poderá sair frustrada, caso o depoimento seja realizado em sessão fechada, como admitiu na semana passada o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS).

O formato da reunião abrirá mais uma briga entre os aliados do governo e parlamentares oposicionistas, que esperam tirar proveito da situação, uma vez que o publicitário está sob forte pressão. "Ele é muito falante", observou o senador do PSDB do Paraná, acrescentando que houve "muita generosidade" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois que Duda Mendonça denunciou à CPI, em agosto, a existência de caixa dois na campanha de 2002 do PT.

Ao falar de livre vontade à CPI, ele afirmou ter recebido R$ 10,5 milhões como pagamento pelos serviços da campanha do partido. Esse dinheiro, segundo disse, teria sido depositado numa conta bancária que abrira nos Estados Unidos, a pedido do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

No entanto, meses atrás, a CPI foi informada da existência de outras duas contas de Duda Mendonça no exterior e, há cerca de 15 dias, a assessoria técnica da comissão descobriu que havia U$ 300 mil a mais na conta Dusseldorf, que seria mais antiga.

Essas revelações são fruto da análise de dados sigilosos repassados pela Justiça dos EUA. Agora, Amaral quer honrar o acordo e evitar vazamento de dados sigilosos. A oposição admite até fechar parte da sessão da CPI quando essas informações forem discutidas, mas quer permitir que a imprensa acompanhe grande parte do encontro.

"Podemos fechar no final para que o publicitário possa dizer alguma coisa a mais", afirmou Dias, que pretende questionar os contratos de publicidade feitos com Duda Mendonça na gestão Lula e em estatais como a Petrobras. "Ele continua sendo o protegido do governo", concluiu.

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