Diálogo e comunicação

Como sempre ocorre no início das legislaturas ou novos períodos de governo, os principais operadores do presidente da República no Congresso clamam por espaço maior. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), respectivamente líderes do partido no Senado e na Câmara, foram os porta-vozes desse anseio recorrente.

Ideli chegou a afirmar que apenas um telefonema presidencial seria suficiente, em determinados momentos de crise, para evitar o agravamento de situações críticas entre governo e oposição, no que está coberta de razão. Mais disposição de Lula para o diálogo com os congressistas, sobretudo com a base de apoio, é a receita do deputado gaúcho.

Os líderes do PT falam de cadeira, pois muitas vezes tiveram a imagem construída ao longo de sucessivos mandatos ou na militância político-partidária nos estados de origem, profundamente arranhada no esforço de defender o indefensável. Assim, entendem que o chefe do executivo teria atitude louvável e compensadora, dedicando um pouco mais de atenção àqueles que o representam no Congresso.

A senadora catarinense, bem a propósito, citou que nos últimos tempos houve apenas um encontro de Lula com a base parlamentar. Na verdade, um desprestígio aos deputados e senadores e, talvez, um argumento a favor dos que atribuem ao presidente da República um apego ao encantamento do poder.

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