Obter informações sobre as melhores cultivares de soja e as novas opções de cultivos de espécies econômicas potenciais para o Vale do Ivaí foi o motivo que mobilizou 190 agricultores familiares de 15 municípios nesta quinta-feira (23) na Comunidade Bela Vista, em Cambira, durante o 4º Dia de Campo Regional de Culturas de Verão.
O evento, ocorrido na Unidade Experimental da Forquímica apresentou em dois alqueires um elenco expressivo de tecnologias. Foram instaladas stands de 22 cultivares de soja da Embrapa e Coodetec, 18 de milho da Balu, Agroceres, Coodetec, Dekalb, Pioneer e Semeali, 14 de feijão do Iapar e Embrapa, e quatro cultivares híbridos de girrasol da Helianthus.
?Esses materiais apresentados ainda serão colhidos e analisados, identificando os mais adaptados para as condições de clima e solo desta microrregião e divulgados aos agricultores familiares na próxima quinta edição, já que os resultados devem ser consistentes e verificados ao longo dos anos?, afirma o zootecnista Carlos Eduardo Vercesi, gerente regional da Emater de Apucarana, que destaca ainda a importância da participação de parcerias de empresas oficiais e privadas na realização desse evento.
Vercesi lembra que a primeira edição deste dia de campo expandiu de uma pequena reunião técnica com um grupo de 12 agricultores, ?agora tem dois formatos, um para as culturas de verão e outro para as culturas de inverno. Este, realizado no final de julho ou começo de agosto, dependendo das condições climáticas, para mostrar cultivares de trigo, aveia, triticale e adubações verdes?.
Considerada cultura de grande potencial para o Vale do Ivai, o feijão teve espaço nobre, com apresentação das cultivares Iapar 81, IPR Colibri, IPR Juriti, IPR Saracura, IPR Chopim e a linhagem MD972, além das cultivares da Embrapa BRS Campeiro, BRS Pontal, BRS Pérola, BRS Radiante, BRS Timbó e BRS Supremo.
O pesquisador Marco Antônio Lollato, da área de tecnologias de semente do Iapar garante que todas as cultivares de feijão apresentadas são as mais indicadas para o cultivo no Norte do Paraná, por agricultores familiares. ?Só a IPR Colibri é precoce, a BRS Radiante é semiprecoce, o restante é de ciclo normal de 90 dias e pertencem aos grupos carioca e preto?, atesta Lollato.
Ele assegura que a semeadura do feijão de fevereiro até março, dá boa chanche de acerto pela comprovação dos experimentos realizados nos últimos trinta anos, com produtividades médias de 90 a 120 sacas por alqueire e custo de produção em torno de 26 sacas por alqueire em época de preço normal de mercado. ?Mas aos preços de hoje os custos seriam de apenas 15 sacas por alqueire?, afirma o pesquisador do Iapar.