Detalhes típicos dos anos 40s e 50s

São Paulo (AE) – O casal que mora na mansão de arquitetura típica dos anos 40s e 50s da Casa Cor 2006 promove concorridos jantares, sobretudo aos sábados, dia de corrida. Nessas ocasiões, os convidados dão retoques no visual servindo-se do espelho do painel incrustado por pequenos quadros dos anos 50s, que marca a entrada do living, onde a noite começa. Ladeando a parede espelhada, cadeiras Long Neck em acrílico transparente (da Érea), com espaldar de 1,80 m, servem para acomodar e admirar o ambiente de 126 metros quadrados e pé-direito de 4 m de altura, concebido em tons de marrom, cinza, preto e branco por Roberto Migotto.

O arquiteto aqueceu o espaço com assoalho de madeira de demolição, patinado na cor cinza. A decoração mescla cadeiras francesas do século 18, arandelas dos anos 40s e moldura barroca inglesa (também do século 19, da Juliana Benfati) com peças contemporâneas, como o sofá italiano Life, peça da Flexform (na Montenapoleone), e a poltrona Smoke Chair, da holandesa Mooi (da Firma Casa). Um lustre veneziano Barovier & Toso em murano preto (da Passado Composto) pende sobre o aparador em ébano de macassar e tampo de acrílico.

O cenário sofisticado, mas nem por isso intimidante, completa-se com poltronas LC (de Le Corbusier, anos 20s), agora revestidas em veludo berinjela, tapete em chenille cinza (na Cor e Forma) e cortinas off white em seda. O elemento surpresa está ao ar livre no deck: a pira a gás embutida no rasgo do piso. Sofás da linha Network em teca preta, com mesas laterais acopladas, da italiana Roda (na Casual) garantem o conforto ao redor da fogueira do século 21.

Jantar para dez

Depois dos drinques é hora de passar à mesa, onde a conversa continua à luz de outro lustre, criação de Dado Castello Branco e Simone Figueiredo em seda e acrílico (na Simone Figueiredo Luz). Na sala de jantar (do arquiteto Castello Branco), dez pessoas têm assento nas cadeiras em freijó e seda branca em torno da mesa Guile – desenhada por ele e executada em freijó pela Etel Interiores. A comida ganha outro sabor nesse ambiente alvo, chamado por Dado de sala de jantar gourmet, "… em razão da cozinha de apoio encravada na parede dos fundos". Em 50 metros quadrados, ele abusa da madeira: o piso é de demolição; e no mobiliário da cozinha, freijó.

Para coroar o jantar, é possível depois se acomodar na saleta (íntima) e saborear licores ou café, ao som do piano de meia-cauda.

A Paulicéia

A reunião pode se estender madrugada adentro com sessões na sala de cinema particular. Conforto há de sobra, graças aos sofás, poltronas e chaises. Os estofados alinhados e o telão fixo na parede, envolto por moldura antiga como se fosse obra de arte, fazem-se notar. Sob a inspiração do arquiteto João Mansur, o ambiente de 46 metros quadrados em tons de chocolate assume ares retrô. Em noites claras, as visitas apreciam o skyline de São Paulo a partir de dois terraços, no segundo piso. No primeiro, à esquerda do elevador, o céu surge através da cobertura de vidro, onde duas minilareiras no rasgo da parede aquecem essa espécie de lounge com vista para o jardim (e o hipódromo).

O limestone, agora em tom bege suave, reaparece no terraço social metros adiante. Só poucos têm acesso a ele: apesar do rótulo, o espaço de 54 metros quadrados foi concebido por Clarisse Reade para os encontros em família.

Canto da conversa

A decoradora carioca homenageou sua terra natal, envolvendo o ambiente de tons repousantes. Pedra, ferro e taboa – caso das poltronas estilo Luís XVI (da Entreposto) – multiplicam-se nos espelhos. O branco reveste quase todo o mobiliário, seja na madeira patinada, como na mesa lateral redonda (da MVM), seja no estofamento, caso das chaises-longues em lona reclináveis (da Casual), ao lado dos painéis envidraçados com cortinas feitas de xales de algodão. Um dos cantos está montado para o café, outro, para a prosa. "Quero resgatar o hábito da conversação", revela Clarisse, que espalhou árvores frutíferas e orquídeas para alegrar ainda mais seu espaço.

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