Depoimento de Jefferson permite investigação ampla, diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou hoje que é
fundamental apurar as acusações ratificadas ontem no depoimento do presidente do
PTB, Roberto Jefferson, ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. "Se
buscarmos a verdade e a justiça na crise, as instituições se fortalecem. A
impunidade é que estimula o desvio de conduta", comentou, a respeito da crise
política que atinge o governo federal.

Sobre o depoimento de Jefferson,
Alckmin disse que ele permite que se faça uma investigação ampla e em
profundidade de todas as denúncias. "Ele ratificou e manteve todas as acusações
e não retrocedeu um milímetro. E com grande riqueza de detalhes que me dá a
impressão que estão colocados todos os ingredientes necessários para uma
investigação em profundidade." Na sua avaliação, é preciso que a oposição tenha
um comportamento isento nestas investigações e que o governo não realize uma
"operação abafa".

"A oposição deve agir com responsabilidade, como está
agindo. A denúncia não veio da oposição. Nasceu da imprensa e da base aliada." E
complementou: "Mas não podemos confundir responsabilidade com impunidade."

Cabral

Indagado sobre a insistência de integrantes do Partido dos
Trabalhadores em colocar também no foco das investigações o governo do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governador de São Paulo
ironizou: "Se quiser voltar as investigações ao tempo de Pedro Alvares Cabral,
para mim, não há problema, pois na vida se deve prestar contas à sociedade." E
frisou: "Independente do tempo e do partido, se precisar ser investigado, deve
ser."

Alckmin, que participou na manhã de hoje da abertura do 15º
Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras
(Ciab 2005), na capital paulista, voltou a dizer que não se deve misturar o
processo eleitoral do ano que vem com as apurações de corrupção. "Agora a
questão é policial", opinou, destacando que não se deve antecipar as eleições de
2006.

Sobre a entrevista da ex-secretária do publicitário Marcos Valério,
à revista IstoÉ Dinheiro, que cita o nome do ex-ministro das Comunicações do
governo FHC, Pimenta da Veiga, o governador paulista disse que ele deve explicar
o que ocorreu. Porém, adiant ou que o ex-ministro tem escritório de advocacia e
deve ter prestado serviços àquela agência de publicidade (SMP&B
Comunicação). "E não é dinheiro escondido", complementou.

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