Depoimento de hoje não trará nenhum fato novo, diz Pedro Simon

O depoimento de hoje ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, a ser prestado pelo deputado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro-chefe da Casa Civil, não trará nenhum fato novo, a não ser que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) faça alguma "provocação maior" e Dirceu reaja. A opinião é do senador Pedro Simon (PMDB-RS). "Se não houver provocação, nada acontece. O ex-ministro está sob pressão e não vai prejudicar o partido", disse à Agência Estado o senador gaúcho.

Para ele, as "emoções fortes" estarão reservadas para amanhã, quando a "guria" Simone Vasconcelos prestará depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios (CPMI). "A prova está muito evidente, de que os parlamentares e os assessores pegaram dinheiro das contas do empresário Marcos Valério (suspeito de ser o operador do mensalão). Mas a guria que vem aqui amanhã confirma toda a história, ratifica, e aí sim ficaremos sabendo quem de fato recebeu o dinheiro e caberá a esses se defenderem, ou, como fez o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, renunciarem", analisou o senador.

Com certo desânimo, Simon reconhece que as renúncias esperadas para esta semana arrefecem os ânimos dos parlamentares para manter o processo político de investigação e julgamento de seus pares. "O que pode acontecer, e isso seria um absurdo, é a repetição do que aconteceu quando cassamos o ex-presidente Fernando Collor, doze deputados, e a Justiça não fez nada. As CPIs são políticas e poderiam, no máximo, cassar os mandatos e direitos políticos desses senhores. Como renunciaram, cabe agora ao procurador-geral da República pedir abertura de processo contra aqueles que renunciarem, porque, lembremos o senhor Valdemar Costa Neto, que cometeu crime e agora deve ser julgado como qualquer outro cidadão."

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