O tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, e o secretário-geral
da legenda, Silvio Pereira, estão refletindo sobre a permanência ou não em seus
cargos, após o acirramento das denúncias que pesam sobre o PT e sua
direção.
A informação foi dada há pouco pelo deputado federal João Paulo
Cunha (PT-SP), que acaba de deixar a sede nacional do partido, na capital
paulista, onde reuniu-se com o presidente nacional da sigla, José
Genoino.
Segundo o parlamentar, Genoino está bem e se preparando para o
programa "Roda Viva", da TV Cultura, desta noite.
A respeito da situação
de Delúbio e Silvio, João Paulo destacou que a eventual renúncia dos dois "é um
ato voluntário". "Claro que a situação é grave e deixa todos preocupados. Mas
temos de ajudar as investigações e os dois (Silvio e Delúbio) querem colaborar
", comentou.
Ao falar de Genoino, o parlamentar disse que ele tem a
responsabilidade de conduzir o partido e providenciar todos os esclarecimentos
das atuais denúncias, além de incentivar as bancadas petistas no Congresso a
patrocinar todas as investigações em profundidade.
Indagado sobre a
participação de Genoino sobre o empréstimo do BMG ao PT, de R$ 2,4 milhões,
avalizado pelo empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto
"mensalão" ao deputados, João Paulo ponderou: "Ele (Genoino) estava muito novo
na presidência do partido quando assinou este empréstimo. " O parlamentar
petista disse que, apesar do cenário atual, ele considera necessário manter o
calendário do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT, agendado para 18 de
setembro, e frisou: "O filiado do PT não tem responsabilidade pelos atos
praticados pela cúpula. Por isso, não vejo razão para adiar o PED", opinou.