Delegacia que reprime crime organizado convoca Waldomiro Diniz

Rio – O ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz irá prestar depoimento na próxima quarta-feira na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). O inquérito, que apura supostas irregularidades durante sua gestão como presidente da Loteria Estadual do Rio (Loterj), estava em Brasília porque também envolve o ex-deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ), que tinha foro privilegiado.

Com a renúncia do ex-deputado, que corria o risco de ser cassado por envolvimento no escândalo do mensalão, o inquérito retornou ao Rio. Anexado ao documento, há o resultado de outras investigações feitas pela Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Essas novas provas contém fortes indícios de crimes como formação de quadrilha, apropriação indébita, improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. O advogado de Waldomiro, Luiz Guilherme Vieira, disse que seu cliente irá comparecer ao depoimento, "como tem feito todas as vezes em que foi convocado pelas autoridades".

O ex-presidente da Loterj foi filmado pedindo propina ao empresário do jogo Carlos Augusto Pereira Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em 2002. Foi demitido da Casa Civil, onde ocupava a subchefia de Assuntos Parlamentares do então ministro José Dirceu, quando a denúncia veio à tona, no início de 2003. Waldomiro até hoje não responde a nenhum processo criminal.

O ex-deputado Carlos Rodrigues também irá depor no inquérito da Draco, presidido pelo delegado Milton Olivier, no próximo dia 9. De acordo com as investigações, ele teria indicado Waldomiro para a presidência da Loterj durante o governo de Anthony Garotinho (1999-2002).

O inquérito foi aberto a partir da denúncia do ex-funcionário da Loterj, Jorge Dias, que depôs ontem. Ele acusou Rodrigues de indicar funcionários fantasmas e cobrar deles uma comissão que iria para o PL. Um dos indícios recolhidos comprova o pagamento de uma conta de luz do escritório do ex-deputado com o cartão de um dos funcionários fantasmas. O jornal "O Estado de S. Paulo" tentou falar com o delegado Milton Olivier, que foi proibido de dar entrevistas pela nova "lei da mordaça" imposta pelo chefe de Polícia Civil, Ricardo Hallack, a todos os policiais.

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