Deficientes auditivos pedem programas legendados em português

Os deficientes auditivos querem todos os programas de televisão legendados em português. Por isso, um grupo representando várias associações fez uma manifestação hoje de tarde, na porta de sede da Rede Globo no Jardim Botânico, na zona sul, pedindo que novelas e programas infantis tenham esse recurso. "O acesso à informação é um direito nosso, pois produzimos, consumimos e pagamos impostos como todo mundo", disse, na linguagem de gestos a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Aditivos (Apada), Luciane Rodrigues. "Já foi pior, mas falta muito para os deficientes auditivos desfrutarem da televisão e do cinema como quem não têm esse problema."

A emissora prometeu que uma produtora de reportagens da editoria local os receberia após as 17 horas de hoje e, em comunicado da Central Globo de Comunicação informou que já tem 12 programas legendados (os noticiosos em rede nacional, o "Fantástico", "A Grande Família", o "Programa do Jô" o "Zorra Total" e os filmes da programação fixa), mas não deve, a curto prazo, de estendê-las à novelas e outros programas de dramaturgia, principalmente os infantis.

"Existem projetos de ampliar esse sistema, no entanto, esta ampliação depende de estudos de viabilidade técnica e financeira", diz a nota.

Segundo Luciane, existem 12 milhões de deficientes auditivos no País (em graus variados, da surdez total à redução da audição por motivos variados), mas raramente eles são levados em conta pelos meios de comunicação. "Muitas de nós são tidos como pouco inteligentes, o que não é verdade. A surdez não afeta o cérebro. O problema é que não conseguimos ouvir o que acontece ao nosso redor", explicou. "E já está provado que as crianças que vêm programas com legendas desenvolvem melhor o raciocínio e o vocabulário."

Os deficientes auditivos já conseguiram sessões mensais de cinema nacional legendado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), mas querem mais. Para isso, há cerca de dois meses, levaram seu protesto a uma palestra do ministro da Cultura, Gilberto Gil, na Agência Financiadora de Projetos (Finep) e pretendem realizar manifestações nas outras emissoras de televisão do Rio.

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