“Defendo os com-terra”, diz Lupion sobre conflito com a Via Campesina

O deputado federal Abelardo Lupion (PFL-PR) confirmou à Agência Brasil a doação dos recursos da empresa Nortox para sua campanha eleitoral em 2002, mas disse que tudo foi feito de forma legal, de acordo com os interesses que considera legítimos.

?O que acontece é que defendo os com-terra e esses movimentos defendem os sem-terra, daí o conflito. Só que estou agindo de acordo com a lei e eles, não?, declarou o deputado. Ele disse que sempre defendeu e continuará defendendo o produtor rural.

Trabalhadores sem-terra da Via Campesina estão acampados em frente à sua fazenda, em Santo Antonio da Platina (PR), e denunciam troca de favores entre ele e a Nortox, a fim de favorecer a utilização de agrotóxicos em lavouras. Outro grupo faz vigília em frente à empresa.

Lupion afirmou que a Nortox é uma empresa brasileira e pode fazer doações a quem quiser. O valor, segundo ele, foi declarado oficialmente. ?Como podem alegar que aprovei medidas em benefício próprio se o uso do glifosato [agrotóxico] é legalizado, de domínio público, produzido por diversas empresas??
 
O deputado garante ter provas de que não existe contra ele nenhum processo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), como alega a Via Campesina. Refere-se à denúncia de caixa 2 durante a campanha eleitoral de 1998. ?O que existe são números de protocolo que eles dão entrada na Justiça, só que até agora nenhum foi aceito nem pela Justiça nem pela Comissão de Ética da Câmara?.

Sobre os trabalhadores rurais que desde o dia 18 estão acampados em frente à sua fazenda, ele declarou: ?Estão com faixas que denigrem a minha imagem, acampados numa rodovia federal, podendo causar acidentes. Nem o governo estadual nem o federal tomaram providências?.

Lupion diz sentir-se um ?refém? dentro da sua fazenda, que é produtiva, preserva o meio ambiente e respeita os funcionários, segundo ele. ?Tenho aqui 30 famílias trabalhando, que não posso deixar sozinhas à mercê desse movimento. Então estou tendo o meu direito de ir e vir cerceado?.

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