De olho no candidato

A pouco mais de duas semanas da realização do primeiro turno das eleições que devem indicar o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, em 27 estados e no Distrito Federal, é bom lembrar que estão sendo disputados os votos de 126 milhões de eleitores. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número foi acrescido em 9,25% em relação ao último pleito (2004), quando foram eleitos os atuais prefeitos e vereadores.

No Estudo Eleitoral Brasileiro referente ao ano de 2002, elaborado pelo Gesop, Unicamp e DataUFF, da Universidade Federal Fluminense, ficou demonstrada a importância atribuída pelos eleitores às fontes de informações sobre os candidatos: propaganda política no rádio (14,4%), notícias de rádio (14,7%), pesquisas (20,7%), notícias em jornais (25,8%), propaganda política na TV (48,9%) e debates entre candidatos na TV (63,1%).

Portanto, é no horário eleitoral gratuito da televisão e nos debates televisivos que os eleitores recolhem a maior dose de convencimento para amadurecer a escolha do seu candidato, sobretudo, para os cargos executivos. No caso dos parlamentares, a decisão do voto está ligada a outros fatores, mesmo porque estes candidatos têm espaço diminuto na propaganda gratuita e não participam de debates.

Pesquisa feita pelo Datafolha após o início da propaganda eleitoral nos meios eletrônicos teve resultado decepcionante para muitos candidatos, tendo em vista o baixíssimo percentual de eleitores que revelou sofrer influência dos programas quanto à escolha dos candidatos à Presidência e aos governos estaduais.

Na verdade, a atual campanha está revelando um dado desprezado até certo ponto pelos candidatos e seus agentes de marketing, ou seja, o corpo a corpo com os eleitores. Muitas vezes um abraço, um aperto de mão ou algumas palavras trocadas com populares durante uma caminhada trazem resultados mais positivos que ensaiados discursos no horário eleitoral.

A batalha pelo voto é um espetáculo cívico sem precedentes na história de qualquer nação civilizada e deveria servir de instrumento para fortalecer a democracia. Jamais como campo de manobras escusas e patranhas deste ou daquele candidato escondido por vistosa embalagem.

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