CUT defende redução da jornada semanal de trabalho ainda este ano

Rio ? A Central Única dos Trabalhadores (CUT) espera que seja votado ainda este ano um projeto de lei que reduza a jornada de trabalho para no máximo 40 horas semanais e limite o número de horas extras. A proposta foi defendida hoje (20) pelo presidente da CUT, João Felício, em entrevista ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

O dirigente disse que será melhor se a proposta for elaborada pelo governo federal, mas se isso não acontecer ele pretende conversar com os líderes de diversos partidos. "Vamos discutir na Comissão de Trabalho do Congresso, com as lideranças de todos os partidos, com o ministro do Trabalho Luiz Marinho e com o governo Lula. O nosso objetivo não é simplesmente achar que vamos resolver o problema de emprego no país. A gente sabe que isso está vinculado ao crescimento econômico, mas a redução da jornada de trabalho e das horas extras possibilitaria o surgimento de 1 milhão e 700 mil postos de trabalhos no pais além disso é uma questão humanitária", disse.

Felício disse que a central também é favorável que as empresas paguem sua contribuição à Previdência de acordo com seu lucro e não pelo número de empregados. Felício acredita que a medida desoneraria pequenas e médias empresas que têm números menores de empregados e atingiria as grandes que, em geral, conseguem lucros maiores e empregam menos funcionários.

O sindicalista, no entanto, é enfático quanto à discussão de redução de direitos trabalhistas. "Se por acaso alguém vier nos procurar para iniciar um debate nacional que pressuponha a flexibilização de direitos, jamais a CUT vai participar" disse. "Queremos estender direitos daquele que tem para aquele que não tem. O que queremos é modernizar, mas sem abrir mão do que é fundamental para nós".

Segundo o dirigente sindical, há uma parcela dos empresários que acha que os trabalhadores têm uma quantidade excessiva de direitos, entre eles décimo terceiro salário, férias e Fundo de Garantia. "Isso não tem acordo. Nós jamais vamos abrir mão desse direito", concluiu.

Voltar ao topo