As denúncias de tortura e maus-tratos feitas pelos quatro suspeitos de terem participado da morte da adolescente de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, começaram a ser investigadas ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e pela Corregedoria da Polícia Civil. O quarteto também foi submetido a novos exames de corpo de delito, no Instituto Médico-Legal (IML), na presença do delegado Adilson Ricardo da Silva e do promotor José Carlos faria de Castro Veloso, ambos do Gaeco.
Uma delegada da Corregedoria ouviu os jovens por seis horas. Adriano Batista, 23 anos, que estava no Complexo Médico Penal, foi levado até a Casa de Custodia de Curitiba (CCC) para participar dos depoimentos. De acordo com Roberto Rolin de Moura Júnior, advogado do quarteto, os jovens relataram detalhes da tortura sofrida na delegacia do Alto Maracanã, para que confessassem o crime, além de maus-tratos nas delegacias de Araucária e Campo Largo, no Centro de Operações Especial da Polícia (Cope) e no Centro de Triagem de Piraquara. (CT2).
Infecção
“Eles foram agredidos nessas quatro unidades. Os novos exames realizados na presença do Gaeco vão confirmar que houve tortura, porque o exame realizado no dia 1.º de julho não consta nem mesmo a lesão de Sérgio Amorim da Silva Filho, que pode perder o antebraço por ferimento infeccionado”, conta o advogado dos suspeitos, Roberto Rolin de Moura Júnior.
O advogado afirma ainda que Adriano, Sérgio, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25 anos, e Ezequiel Batista, 22 anos, identificara policiais que participaram das agressões. Segundo Moura Júnior, os quatro confirmaram que o delegado Silvan Rodney Pereira, do Alto Maracanã, presenciou as torturas.
Após os exames realizados no IML, os jovens foram levados ao Gaeco para serem ouvidos pelo coordenador Leonir Batisti. “Posteriormente vamos analisar quais serão as próximas etapas. Mas vamos ouvir delegados e policiais que forem apontados pelos presos”, explica Batisti. Até segunda-feira o Gaeco deve receber os laudos do exames de corpo de delito feitos ontem pelo quarteto.