Crise perto do fim?

Sanepar estuda reduzir rodízio após volume em reservatórios aumentar 83% em um ano

Barragem do Irai
Reservatório do Iraí integra o sistema de abastecimento de Curitiba e região. Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná.

A maior crise hídrica da história do Paraná vai dando adeus aos poucos. Ainda é prematuro falar em fim do rodízio no abastecimento de água na casa dos paranaenses, mas dá para cravar que o pior já passou. Há um ano, o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba (Saic) estava abaixo dos 30%, situação caótica nas barragens que tornava possível visualizar pedras e galhos que ficavam debaixo d’água. Até um ônibus ligeirinho que ficava submerso passou a ficar exposto na Pedreira do Orleans, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba.

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Segundo a Sanepar, empresa responsável pelo abastecimento de água no Paraná, o momento agora é de segurança. Se comparado ao dia 29 de junho de 2020, quando o sistema apontou para 29,75% do total dos reservatórios que abrangem Curitiba e cidades do entorno, o volume apresentado no início do mês de julho de 2021 é motivo de comemoração. Na medição realizada na última segunda-feira (28), os números apontam para 54,56, ou seja, um acréscimo de 83,50%

A explicação para este salto deve-se especialmente a três fatores. O melhor uso da água, rodízio e chuva. Em maio, Curitiba acumulou 116 mm de precipitação, o que representou 33 mm a mais que a média.

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“As chuvas de maio e junho foram fundamentais para este aumento, comparado a outros momentos da crise. A gente garantiu uma reserva maior e isso nos dá uma tranquilidade. No ano passado, a nossa defasagem era de 320 mm e hoje estamos com 120 mm. A nossa estiagem está passando, mas é preciso que a chuva venha a ser suficiente, para não diminuir a nossa reserva. Temos um panorama positivo a partir de outubro, pois os reservatórios irão subir gradativamente e nós poderemos reduzir o rodizio”, disse Julio Gonchorosky, diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar.

O uso consciente da água proporcionou economia de 15,8% na distribuição. Isso representou um armazenamento de 58 bilhões de litros, uma boa reserva para julho e agosto, meses em que não chove em abundância no Paraná. Além disso, a captação da água em pedreiras e até o uso de avião “que faz chover ajudou nos momentos críticos.

Rodízio vai acabar um dia?

A resposta é sim, mas não se tem uma data precisa para isso. O rodízio de abastecimento de água em Curitiba e Região Metropolitana opera no modelo 60 horas de fornecimento e 36 horas com suspensão desde 15 de março. Assim, a população tem um dia a mais de distribuição de água, em relação ao formato anterior (36 h x 36 h).

“Hoje nós temos uma situação mais segura e gerenciável em Curitiba e na Região Metropolitana, comparada à região Centro-Oeste do Paraná. Apesar dos rios responderem rápido quando chove, a seca na bacia do rio Paraná resulta nisso. Sempre importante reforçar que a água é um produto finito, ou seja, pode acabar. Aprendemos isso com a estiagem. É preciso conservar os mananciais, as nascentes e a Serra do Mar para ter garantia de água”, alertou o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar.