Um projeto em tramitação na Câmara Municipal de Curitiba propõe a atualização dos critérios técnicos da Planta Genérica de Valores (PGV), que define a base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A proposta enviada pela Prefeitura não altera a alíquota do imposto, mas revisa o valor venal dos imóveis com base na atualização de mercado.

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Das cerca de 980 mil unidades tributáveis da cidade, 55,9 mil devem ser diretamente impactadas pela revisão. Para evitar aumentos abruptos, o município mantém o mecanismo de limitação do reajuste do IPTU, a chamada “trava”, já aplicado desde a última revisão da PGV.

Pelo texto em análise, o reajuste máximo permitido para o IPTU entre 2026 e 2029 será de até 18% ao ano, acrescido da inflação medida pelo IPCA, para imóveis de padrão superior. No caso de imóveis de menor valor, o limite será de R$ 290 por exercício financeiro.

Como será feito o cálculo

A proposta modifica os artigos 35 e 36 da Lei Complementar 40/2001 e detalha os critérios usados para definir o valor venal dos imóveis. A nova base de cálculo passa a considerar a PGV, dados cadastrais, mudanças de infraestrutura, alterações de zoneamento, preços de mercado e índices do Sinduscon-PR. O texto também fixa limites para os coeficientes de avaliação, com o objetivo de padronizar e dar transparência ao processo.

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O projeto mantém a metodologia utilizada desde 2023, alinhada à norma técnica NBR 14.653-2. O valor venal continuará sendo obtido por dois métodos: o comparativo direto (terrenos e unidades em condomínio) e o evolutivo (residências, comércios e indústrias).

O documento está disponível no Sistema de Proposições Legislativas da Câmara de Curitiba e detalha ainda a definição dos valores unitários de terreno e de construção, considerando fatores como pavimentação, localização, idade do imóvel, padrão construtivo e sistema viário. A atualização da PGV deverá ocorrer a cada quatro anos.

Arrecadação

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A Prefeitura estima que a revisão da PGV gere um acréscimo de R$ 134,1 milhões na arrecadação do IPTU já no primeiro ano de vigência, seguido por R$ 95,1 milhões em 2027 e R$ 69 milhões em 2028. O aumento, segundo o Executivo, é resultado da ampliação da base de contribuintes e da atualização dos valores venais.

Segundo o Executivo, a atualização cadastral e a revisão técnica da PGV têm como objetivo “recompor a capacidade de crescimento da receita tributária”, garantindo equilíbrio fiscal e transparência no reajuste. 

A projeção de aumento da arrecadação considera quatro frentes: atualizações cadastrais já concluídas (13,5 mil imóveis, R$ 26,3 milhões), revisões em andamento até dezembro de 2025 (4,5 mil imóveis, R$ 8,8 milhões), pavimentação de logradouros (aproximadamente 30 mil imóveis, R$ 3 milhões) e fixação dos novos valores da PGV e de construção (R$ 96 milhões).

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