Soldado da PM, Rodrigo Federizzi. Foto: Reprodução/Facebook.

A Polícia Civil afirma que Ellen Homiak é investigada, no momento, como a única responsável pela morte do soldado Rodrigo Federizzi. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (18), em coletiva de imprensa. As investigações continuam e, além de confirmar se ela pode ter agido com alguém, a busca agora é descobrir a real motivação do crime.

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Para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ellen matou o policial por dois motivos. “Investigamos o que ela nos relatou, de que não aguentou a pressão por parte dele, que afirmava que ela precisava de tratamento psiquiátrico, mas também apuramos outra hipótese, de que um valor em dinheiro esteja envolvido neste motivo”, disse o delegado Fábio Amaro.

Conforme os levantamentos da DHPP, Rodrigo, além de ser policial, fazia um bico e tinha várias reservas financeiras que estavam depositadas numa conta corrente. “Pessoas da convivência dele dizem que era em torno de R$ 50 mil e este valor sumiu do banco”.

Segundo Fábio Amaro, Ellen era a responsável pelas finanças da família e tinha acesso a todos os cartões e contas de Rodrigo. “Acreditamos que o soldado, ao saber do sumiço do dinheiro, pode ter cobrado a esposa sobre o assunto. Em razão dessa insistência dele, ela o matou”. Outra informação, de que eles estariam perdendo o apartamento, também é apurada pelos policiais.

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Ellen continua presa e a prisão é temporária, mas a polícia não descarta a possibilidade de pedir prorrogação ou conversão em prisão preventiva. Antes do suposto desaparecimento do marido, ela comunicou à polícia que sofreu um sequestro relâmpago e este sequestro continua nebuloso para os investigadores. “Caso descubram que ela mentiu, poderá ser responsabilizada por falsa comunicação de crime, além dos crimes de homicídio qualificado, destruição e ocultação de cadáver, os quais já será indiciada”.

Ellen Homiak, suspeita de matar o marido. Foto: Reprodução/Facebook.

Quebra-cabeça montado

Para o delegado, Ellen matou o marido enquanto ele dormia. O laudo da Polícia Científica aponta que Rodrigo foi assassinado com um tiro na parte de trás da cabeça, o que vai contra o que a mulher teria dito. Ellen afirmou que eles tiveram uma discussão, por causa da decisão do policial em levá-la para tratamento psiquiátrico, então ela pegou a arma e o matou.

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Vídeos feitos pela DHPP mostram que ela contou, em detalhes, como foi o crime. Segundo a mulher, usando a arma do policial, que ficava na cabeceira da cama do casal, ela deu um tiro na cabeça dele, o cortou com uma faca de caça e serrou suas pernas com uma serrinha.

A arma usada no crime e uma mala que Ellen teria comprado, ainda não foram encontradas. Na manhã desta quinta-feira, os policiais receberam informações sobre o paradeiro da mala, mas nada foi confirmado. Já sobre a pistola do policial, Ellen teria dito aos policiais que a jogou no rio próximo ao local onde enterrou parte do corpo do PM. “Buscamos confirmar isso, porque pode ser que ela esteja mentindo”, explicou o delegado.

Desde o dia em que a mulher noticiou o desaparecimento do marido, segundo a DHPP, no dia 30 de julho, os policiais já trabalhavam com a hipótese de que alguma peça não estaria encaixando. Ellen disse que o marido teria saído de casa sem o carro, acompanhado de um amigo que ela não conhecia. “O condomínio do casal é todo monitorado por câmeras de segurança e, em nenhum momento, foi registrado o policial saindo do local”.

As câmeras, conforme a polícia, registraram apenas a movimentação de Ellen. A mulher, embora não tivesse Carteira Nacional de Habilitação (CNH), teria também levado o carro do casal, a um lavacar. “Todas as pessoas que tiveram acesso ao veículo disseram que na parte traseira do automóvel teria manchas semelhantes a sangue. Funcionários perguntaram e ela disse a eles que era de uma carne que ela tinha comprado”.

“Funcionários perguntaram e ela o que era o sangue e ela disse a eles que era de uma carne que ela tinha comprado”.

Durante as investigações, os policiais pediram o mandado de busca e apreensão no apartamento do casal e chegaram a se assustar quando viram que o quarto dos dois se iluminou com o reagente luminol, que mostra vestígios de sangue. O filho da vítima, que disse a uma pessoa da família que teria ouvido um disparo de arma de fogo e que tinha ouvido o pai simulando vômito, também foi uma fonte de informação importante. “Tudo isso reforçou nossa tese, de que ela teria matado o marido dentro do quarto”, explicou Fábio Amaro.

Os policiais começaram a recolher imagens de locais em que Ellen esteve e, em todos estes locais, ela estava sozinha. A serrinha usada para separar as pernas e a pá comprada pela mulher horas depois de matar o PM também foram apreendidas. Na loja em que Ellen comprou a pá, um vídeo também mostra que ela estava sozinha e ainda escolheu qual levaria.

Depois de separar as pernas do corpo, a mulher disse que dirigiu até a zona rural de Araucária, onde enterrou o dorso do PM numa chácara e as pernas em uma região próxima ao Lago do Passaúna. Aos policiais, ela teria dito que pensou que a única forma de conseguir que o crime não fosse descoberto era dividindo os locais onde enterraria o corpo.

Um dos registros mostra a mulher comprando uma pá, que usou para enterrar o corpo. Foto: Reprodução.

Contradições

No primeiro interrogatório, a mulher teria dito que não estava envolvida na morte do policial. Ela foi ouvida em outros momentos, de quatro a cinco vezes, até que confessou. Durante um dos principais interrogatórios, registrado pela DHPP e acompanhado do advogado dela, Ellen disse, com riqueza de detalhes, como tudo aconteceu e que pensou por algumas horas o que faria para esconder o corpo.

Todas as informações levantadas pelos policiais até o momento levam a investigação a crer que Ellen esteve diretamente envolvida no crime e pode ter agido sozinha. “Pois somente quem agiu propriamente saberia onde as pernas estavam enterradas, por exemplo”, explicou o delegado.

Agora, nos próximos passos das investigações, será feita uma reconstituição do assassinato, que vai esclarecer pontos que ainda são duvidosos. “Ainda exista este consciente coletivo de que ela não conseguiria carregar uma mala com o corpo, mas sabemos que, apesar de ser pesado o tronco humano, ela conseguiria carregar sim”. Apesar disso, o

Delegado acredita que Ellen agiu sozinha. Foto: Gerson Klaina.

delegado não descarta a possibilidade de que possa haver outra pessoa, como um amante, por exemplo, que teria a instigado a cometer o assassinato.

Neste tempo que falta para completar os 30 dias da prisão temporária, a DHPP também deve ouvir novas testemunhas. A polícia ainda tem, também, algumas novas imagens a serem coletadas, que devem demonstrar que Ellen estava sozinha. Com o decorrer das investigações, o delegado responsável vai avaliar se pede a prorrogação da prisão temporária, por mais 30 dias, ou se já pede a Justiça a prisão preventiva, para que Ellen aguarde o julgamento presa.

Vídeo:

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Vídeo mostra mulher de policial militar comprando pá

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