Saúde comprovada

Amamentar é o melhor investimento que você faz no seu filho, diz especialista

Foto: Arquivo/Tribuna do Paraná
Foto: Arquivo/Tribuna do Paraná

A amamentação é um dos melhores investimentos para salvar vidas, melhorar a saúde e o desenvolvimento social e econômico de indivíduos. Quem diz isso é o médico pediatra Rodrigo Apolinário. Domingo (4) começa a Semana do Aleitamento Materno e a campanha Agosto Dourado, que tem o objetivo de estimular as famílias ao aleitamento materno.

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“Vemos essa força feminina, para mostrar que o aleitamento é uma coisa normal. As mulheres tem que perder esse medo, não podem ‘travar’ o aleitamento por causa de preconceitos, que a sociedade tem que perder. Afinal, temos uma sociedade que ainda se assusta com uma mãe que amamenta no meio do shopping ou do supermercado. Muitos não entendem que isso não é uma coisa vulgar, é uma necessidade”, explica o médico.

Ele também diz que, além dos benefícios de saúde para mamãe e bebê, há uma questão que muitos não falam sobre o aleitamento, que é a relação psicológica entre mãe e bebê. “É uma das partes mais importantes e que não é falada. Porque as pessoas querem saber números e justificativas médicas sobre amamentação. Mas esse contato estabelecido entre mãe e bebê vai fortalecer uma relação entre eles por toda a infância e adolescência, que é fundamental”, diz.

Falando sobre números, o médico lamenta que o tempo de amamentação no Brasil ainda é muito baixo: 54 dias. É apenas 1/3 do mínimo recomendado, que é 180 dias (seis meses) de aleitamento materno exclusivo, sem uso de fórmulas (leite artificial, de lata). Depois deste período, recomenda-se que o bebê receba o leite materno até os dois anos. “E eu adoro quando os papais vão junto nas consultas pediátricas, porque eles precisam apoiar as companheiras, estar do lado. Elas ficam muito fragilizadas no pós parto. Então os pais tem que estar preparados para apoiá-las, fazer com que a amamentação dê certo, eles tem que estar munidos de informações para ajudar a companheira”, convoca o médico.

Saúde e QI

Comprovadamente o aleitamento materno reduz o risco de obesidade infantil e infecções respiratórias, já que o bebê recebe anticorpos da mãe através do leite. Reduz também os riscos de câncer em ambos (estima-se que reduza em 20 mil a quantidade de mortes maternas e 30 mil mortes infantis, por doenças diversas), aumenta o QI das crianças em pelo menos 10 pontos (pesquisas científicas comprovam que quanto maior o tempo de amamentação de uma criança maior o QI dela no futuro) e ainda ajuda a mãe a emagrecer, voltar à silhueta anterior á gestação.

“Mesmo depois dos dois anos de idade, quando a criança já tem uma alimentação estabelecida, com todos os grupos alimentares inclusos nas refeições, o aleitamento materno continua suprindo a criança com anticorpos e exercitando músculos importantes para o seu desenvolvimento. Nesta idade, o leite materno é um alimento como outro qualquer. Amamentação tem que acontecer até quando mamãe e bebê decidirem juntos que é hora de parar. Tem que respeitar a vontade um do outro, tem que ser um desmame gentil. E a natureza é inteligente, o corpo vai entender essa mudança”, explica o pediatra, mostrando que o desmame não deve ter um prazo estabelecido e deve ocorrer da forma mais natural possível para ambos.

Pediatra faz campanha ostensiva pela amamentação e suas redes sociais são cheias de mensagens a favor da prática. Foto: Reprodução/Facebook
Pediatra faz campanha ostensiva pela amamentação e suas redes sociais são cheias de mensagens a favor da prática. Foto: Reprodução/Facebook

Mamãe sem culpa

O médico ainda fala sobre os casos de mamães que, por motivos diversos, não conseguiram amamentar e partiram para o aleitamento artificial. Ele ressalta que nenhuma mãe pode se sentir fraca ou impotente porque não conseguiu dar o seio. “As mulheres já são vitoriosas por gerar uma criança, gestar, parir. É um milagre da vida, elas têm que sentirem-se vitoriosas. A gente estimula ao máximo que elas amamentem. Mas amamentar é alimentar, e às vezes isso tem que acontecer através da mamadeira. E as mamães podem dar o mesmo amor à criança como se fosse no seio. Alimentar com amor, ter o olho no olho da mesma forma, o toque, o carinho”, ressalta ele.

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