Terror

Moradores sofrem com onda de crimes no Jardim Centauro

No dia 29 de dezembro do ano passado, numa quinta-feira, a cabeleireira Elisângela* fechava seu pequeno salão de beleza. Pouco antes de fechar as portas, por volta das 21h, a comerciante foi abordada por um indivíduo encapuzado, que portava uma faca. Do lado de fora, um comparsa ‘cuidava’ o assalto montado em uma moto.

Toda a ação durou pouco mais de cinco minutos, mas foi o suficiente para deixar cicatrizes eternas em Elisângela*. Durante a abordagem, a comerciante reagiu e partiu pra cima do assaltante. Na luta corporal, Elisângela* acabou levando a pior e tomou cinco facadas. Felizmente os ferimentos foram superficiais. “Era o quarto assalto em menos de sete meses. Chega uma hora que a paciência da gente acaba e reagimos sem pensar”, afirma a cabeleireira.

O relato acima é reflexo da onda de violência que o Jardim Centauro, no bairro Uberaba, vive nos últimos anos. “Diariamente ouvimos casos e mais casos de assaltos ao comércio, roubo de casas e estão até roubando as pessoas nos pontos de ônibus da região. Vivemos com medo”, afirma Dona Márcia*, aposentada que vive no bairro há 44 anos.

O comerciante Rogério*, que há três meses comprou um pequeno mercado na região, afirma que até agora não sofreu nenhuma tentativa de assalto, mas diz que antes de adquirir o negócio, soube que o proprietário anterior sofria com os constantes roubos. “Além de câmeras espalhadas, temos um vigilante na porta durante todo o expediente”, conta.

Medo

Rodrigo*, também proprietário de um mercado no Jardim Centauro, diz que passa o dia de olho na entrada do estabelecimento. “Já tivemos três assaltos nos últimos meses e a gente tem que ficar esperto, né?, conta.

Paulo*, gerente de uma farmácia na região do Jardim Centauro, conta que no ano passado aconteceram mais de dez assaltos no estabelecimento. “Sempre estão em dois, de bicicleta ou moto e todas as vezes estavam de boné ou capacete. E ação é sempre rápida e levam dinheiro e um ou outro objeto de valor”, revela.

*Os nomes usados nesta matéria são fictícios para preservar a identidade dos moradores que colaboraram com a  reportagem.