Inusitado

Morador de rua dorme em ‘casulo’ para fugir do frio em ponto de ônibus de Curitiba

Morador de rua dormindo em uma rede no ponto de ônibus da rua presidente Taunay, no bairro Merces. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Um abrigo inusitado preparado por um morador de rua do bairro Mercês, em Curitiba, tem atraído a atenção de quem passa pela Rua Presidente Taunay há pelo menos dois meses. É em um dos pontos de ônibus da via que, todas as noites, o homem usa uma rede amarela e preta para dormir, começando uma amarração similar a um casulo no teto da estrutura. Depois, a enche de papelão para que fique mais quente e escala até o quarto improvisado, se pendurando na sustentação do teto e pulando dentro da rede. Tudo para passar a noite o mais tranquilamente possível.

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De acordo com a recepcionista Dieine Chagas, de 26 anos, o rapaz costuma acordar antes das 7h para retirar o “casulo” do ponto de ônibus e o amarrar novamente em algumas árvores próximas, onde cochila por mais algumas horas. No entanto, na manhã desta sexta-feira (24), a equipe de reportagem da Gazeta do Povo chegou ao local por volta das 8h e o morador de rua continuava dormindo. “Talvez ele tenha percebido a câmera fotográfica e não desceu por causa disso. Já percebemos que ele não gosta de fotos”, comentou Dieine.

Segundo a jovem, que pega ônibus no local desde o mês de junho e já conversou algumas vezes com o rapaz, é necessário bastante trabalho para preparar o abrigo. “Ele faz muitos nós para ficar bem seguro. Depois, coloca os pés naquele encosto que nós usamos enquanto esperamos o ônibus, se pendura na sustentação do teto e pula para dentro da rede”, comentou. O trabalho também é árduo na hora de desmanchar a estrutura improvisada. “Os nós que ele faz ficam muito apertados devido ao peso dele contra a rede durante toda a noite. Então, de manhã, o rapaz passa bastante tempo tentando desamarrar tudo”, comenta a recepcionista.

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Outros passageiros também conversam com o morador de rua, mas não sabem sua idade e nem se possui trabalho. “Ele parece ser bem novo e é educado. Também dá para perceber que é dependente químico porque não fala coisa com coisa. Tem dia que ele comenta sobre um trabalho na construção civil e depois afirma que está preparando um avião para ir à lua”, relatou uma passageira que preferiu não se identificar.

Para a atendente Vitória Ribeiro de Andrade, de 20 anos, o rapaz é alguém muito inteligente – já que preparou um abrigo eficaz para protegê-lo do frio e da chuva -, mas não teve oportunidades para usar sua capacidade. “Não conheço a história dele, mas sei que ele não atrapalha ninguém e poderia receber ajuda”, finalizou.

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