Perseguição de carro

Jovem morre em suposto confronto com policiais no Barreirinha

Suposto confronto entre a Polícia Militar e dois jovens terminou com a morte de Gabriel Vinicius Felipe Camargo, 20 anos, na noite de sexta-feira (20), no Barreirinha. Eles estavam em uma Ecosport  que, segundo a PM, tinha placa clonada.

Houve perseguição e o carro dos rapazes capotou, quando teria acontecido a troca de tiros. F.A.A, 21, também foi baleado e encaminhado em estado grave ao Hospital Cajuru. As famílias das vítimas contestam a versão da polícia.

De acordo com a PM, os jovens teriam resistido à abordagem e fugido em alta velocidade. A ocorrência foi na Rua Anita Garibaldi, por volta das 21h. No interior do veículo foram encontrados uma pistola HK 9 milímetros, um revólver calibre 38 e uma televisão de 29 polegadas.

A mãe de Gabriel, Rossiane de Cassia Felippe, ainda muito abalada, contou à Tribuna que, algumas horas antes do ocorrido, o filho mais velho dela levou-a com a Ecosport, que pertencia à família, na casa da irmã dela, no bairro Cachoeira, para comemorar o nascimento da sobrinha.

“Pedi para que me buscassem até umas 19h30, porque eu iria à igreja. O Gabriel e o amigo dele, F.A.A, que iriam”, disse. Nesse intervalo de tempo, segundo ela, os dois amigos ficaram em casa. Eles passaram em um posto de combustíveis para abastecer o carro, quando houve o encontro com os policiais.

Os dois rapazes, que eram amigos de infância, moravam próximo ao local onde foram baleados. “Testemunhas viram que os policiais atiraram no pneu do carro e viram também quando eles saíram do carro, ainda vivos, e foram baleados”, afirmou a mãe.

Segundo ela, pessoas que estavam próximas teriam visto ainda os policiais colocando as armas dentro da Ecosport. “A televisão que estava no carro era de modelo antigo. Quem ia roubar uma televisão velha?”, questionou Rossiane.

A avó de F.A.A, Clotilde, também estava indignada. O neto levou pelo menos cinco tiros,  deve ficar cego por conta de um que atingiu a cabeça e teve o pulmão perfurado. “Ele levou tiros nas mãos, como estaria segurando uma arma?”, indaga.

F.A.A era ciclista e tinha uma corrida marcada para a manhã de sábado (21). Já Gabriel, segundo os familiares, era um jovem tímido. Os dois não consumiam bebidas alcoolicas e costumavam passar os dias sempre juntos, muitas vezes jogando videogame.

As investigações sobre o suposto confronto ficaram a cargo do 13º Distrito Policial, no Tatuquara. Exames do Instituto de Criminalística também serão fundamentais para demonstrar como foi a ocorrência.