Cuidado!!

Furto de veículo em parque tradicional de Curitiba gera indignação dupla

Imagem mostra câmeras de segurança no Parque Barigui que não funcionam.
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Valdir Lunardon aproveitou o último sábado (26) para visitar uma feira que estava acontecendo no Parque Barigui, em Curitiba. Ao chegar, optou por estacionar a moto próximo ao portal do estacionamento, bem embaixo de uma câmera de segurança. Na saída do evento, porém, teve uma desagradável surpresa: a moto havia sido furtada. Ao acionar a Guarda Municipal e a Polícia Militar do Paraná (PMPR), recebeu outra má notícia: a câmera não estava funcionando e, por isso, não havia registros do crime.

“Cheguei por volta das 15h, estacionei a moto e pensei: vou deixar embaixo da câmera porque nunca se sabe. Quando era perto das 19h, me despedi do pessoal e fui embora. Quando fui pegar a moto, cadê?”, desabafou Valdir. No próprio local, ele acionou a Guarda Municipal para solicitar as imagens e levá-las à polícia. Por telefone, foi informado de que o equipamento estava não estava funcionando, e, assim, sem imagem dos criminosos.

Registro feito por Valdir após o retorno da feira. Cadê a moto? Foto: Arquivo Pessoal.

Sem o veículo, Valdir aguardou quase uma hora até a chegada de uma viatura da Guarda Municipal. Só então pôde se deslocar até uma delegacia da Polícia Civil do Paraná (PCPR) para registrar a ocorrência. No dia do furto, a corporação informou que nenhuma outra câmera da região havia flagrado o momento do crime.

Além da falta de imagens e da demora no atendimento, Valdir ainda foi alvo de tentativas de “espertinhos” que tentaram aplicar golpes. Após a filha divulgar o furto nas redes sociais, supostos intermediários pediram dinheiro em troca de informações sobre a moto. Até esta sexta-feira (1º), o veículo não havia sido localizado.

“Área monitorada por câmeras”…..desligadas?

Em nota enviada à Tribuna do Paraná, a Prefeitura de Curitiba confirmou que a câmera em questão estava “temporariamente desativada devido à necessidade de regularização da rede de energia elétrica no local”. Segundo o município, providências para restabelecer o funcionamento estão em andamento.

A Prefeitura informou que uma outra câmera, instalada em outro ponto do estacionamento, conseguiu registrar o momento em que dois indivíduos se aproximam da moto às 15h43. A informação contradiz a resposta inicial dada a Valdir. As imagens foram encaminhadas à polícia.

Manutenção frequente, mas sem dados consolidados

A Muralha Digital de Curitiba poderia ter ajudado Valdir neste crime, registrado nos pés de uma câmera de segurança. Segundo a prefeitura de Curitiba a muralha com mais de 2.100 câmeras de videomonitoramento pela cidade. A gestão e manutenção dos equipamentos são terceirizadas e a a prefeitura afirma que todos os dispositivos passam por manutenções corretivas e preventivas. No entanto, não há dados consolidados sobre a frequência ou o número de equipamentos inativos.

Entre os principais problemas registrados estão falhas de conectividade, obstrução do campo visual, necessidade de substituição de componentes (como lentes ou fontes), desalinhamento e falhas em sistemas de reconhecimento de placas e facial. As falhas são detectadas durante o monitoramento em tempo real pela Central de Comando Operacional (CCO), que aciona as equipes de manutenção com prazos definidos para atendimento.

Expansão com apoio da iniciativa privada

Como parte do programa Conecta Muralha Digital, a prefeitura pretende integrar até 6 mil câmeras públicas e privadas para fortalecer o combate ao crime. A proposta atende a uma recomendação da Carta para Curitiba do Futuro, elaborada pela Tribuna do Paraná em parceria com os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs).

Com a entrada de empresas privadas, a responsabilidade pela manutenção dos equipamentos será das próprias licenciadas. “As fornecedoras e instaladoras terão a obrigação de garantir o funcionamento pleno e contínuo dos dispositivos durante o período contratual”, afirma a nota da Prefeitura.

Tá, mas e cadê a moto do Valdir?

Enquanto isso, Valdir vê as chances de recuperar sua ferramenta de trabalho diminuírem com o passar dos dias. “Hoje essas câmeras são muito inteligentes, por isso a polícia consegue agir. Agora já passou muito tempo. É um desabafo de quem está indignado com a situação”, completa. Dá uma olhada abaixo: Essa é a moto furtada no Parque Barigui.

A reportagem da Tribuna do Paraná entrou em contato com a Polícia Civil na sexta-feira (1º) para saber como andam as investigações sobre o caso e não obteve retorno. O contato foi feito novamente na segunda-feira (05) e a reportagem não recebeu uma resposta sobre a investigação e também não teve retorno para saber se há imagens de outras câmeras de segurança que podem colaborar com o inquérito.

Valdir vê as chances de recuperar sua ferramenta de trabalho diminuírem com o passar dos dias. Foto: Arquivo Pessoal.

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