Para onde vai a grana?

Impasse sobre destinação de verba vai interferir no 13º de motoristas e cobradores

Foto: Gerson Klaina

Segue o impasse envolvendo o pagamento do 13° salário dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba.  Na audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (29), no Ministério Público do Trabalho (MPT), nada ficou decidido.

A Câmara Municipal de Curitiba, também convidada a comparecer a reunião, informou que não solicitou à Prefeitura o duodécimo referente ao mês de novembro e não irá solicitar o mês de dezembro (o duodécimo é o repasse mensal que o Executivo faz ao Legislativo:  até o dia 20 de cada mês a Prefeitura repassa à Câmara o valor de R$ 11 milhões).

Segundo secretário da Câmara, o vereador Paulo Rink (PR) disse que “os vereadores estão abrindo mão do repasse de dois meses para auxiliar as finanças do município”. Na audiência, o procurador do MPT Alberto Emiliano de Oliveira Neto questionou os representantes da prefeitura sobre a possibilidade desses recursos serem destinados ao pagamento de 13° de motoristas e cobradores.

A prefeitura, porém, afirmou que esse recurso não estará disponível para esse fim. “Com essa sinalização da Câmara de não utilizar o duodécimo, fizemos um remanejamento e um novo fluxo de caixa para manter os serviços essenciais da Prefeitura, como a Saúde. Antecipo que esse recurso não está disponível para o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC)”, afirmou Fenícia Ali Kanso, da Secretaria Municipal de Finanças.

Nova rodada

Uma nova reunião acontece nesta quarta-feira (30) entre prefeitura, URBS, Comec, Setransp e Sindimoc para abordar a destinação deste valor que não será repassado à Câmara.

O presidente do Setransp, Maurício Gullin, solicitou aos representantes da Urbs e da Prefeitura que seja exposto publicamente para onde vai este dinheiro, “quero que seja colocado no Portal da Transparência onde esse dinheiro da Câmara vai ser colocado”.  Gullin ainda ponderou que “Curitiba não é só saúde. Entendo que é fundamental, mas existem outros serviços que precisam funcionar. E o transporte é um deles”.

O procurador solicitou que o conteúdo da ata da reunião seja levado ao conhecimento do prefeito Gustavo Fruet e que ele pondere e decida o que será realizado. “Temos feito mediações de prefeituras que sofrem com a crise e isso acaba refletindo no salário dos funcionários”, lamentou.

Greve

Sobre a possibilidade de greve o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e região (Sindimoc) afirmou que irá aguardar até o final da tarde de hoje (30) para ter um parecer sobre os atrasos salariais e 13°.

No último dia 25, em assembleia pela manhã, motoristas e cobradores aprovaram indicativo de greve para esta quinta-feira (01) caso as empresas não pagassem primeira parcela do benefício.