No limite

Huçulak dispara: profissional de saúde não está disponível no mercado como “um saco de laranja”

márcia huçulak
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Márcia Huçulak, secretária de Saúde de Curitiba, disse que não imaginava que a pandemia na cidade chegaria a um nível tão avançado ao ponto de a administração municipal ter que ativar uma das medidas mais extremas do plano de combate à covid-19. Apesar das mudanças, que têm como objetivo livrar as UTIs dos hospitais que atendem pacientes com covid-19, Huçulak ressaltou ainda a extrema importância e escassez de profissionais de saúde, “que não são como sacos de laranja que podem ser comprados no mercado”, disse ela, em entrevista ao telejornal Meio Dia Paraná, da RPC, desta quarta-feira (10).

“Tínhamos em nosso plano de contingência essa reversão das UPAs, pensando em todas as possibilidade. Nunca imaginei que a gente acionaria esse último nível de virada do sistema de saúde, mas infelizmente tivemos que fazer isso”, disse. Do dia primeiro de março até esta quarta-feira (10), a prefeitura abriu 67 leitos de UTI e outros 61 leitos clínicos em uma semana. “Hospitais tem todos se mobilizado no sentido de ampliar leitos. Fica o apelo à população para que não busque estes locais, a não ser em caso de urgência”, disse a secretária.

Segundo Huçulak, a transformação das UPAs em mini-hospitais ajuda no sistema, mas é preciso reforçar que as equipes de saúde estão no limite. “Profissional de saúde não tá como um saco de laranja que você compra no mercado. A força humana tem seu limite. Fizemos este reordenamento do sistema de saúde (42 unidades abertas mais dez unidades para gestantes e crianças) e as unidades que nós fechamos terão suas equipes redirecionadas para o nosso time de UPA”, explicou.

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Segundo a secretária Curitiba e estes profissionais estão preparados para o desafio de atender nestes novos ambientes. “Curitiba está preparada. Fizemos em 2020 dois grandes treinamentos de capacitação de intubação, tratamento de paciente grave, parada cardíaca, entre outros. Nossas UPAs têm central de gases, medicamentos, antibióticos, raio-x. Casos moderados permanecem nas UPAs para abrirmos espaços nos hospitais e leitos de UTI”, finalizou.

E os ônibus lotados?

A secretária disse que o próprio decreto desta terça-feira prevê um horário diferente para o comércio. “O comerciante precisa nos ajudar e não fazer seu funcionário chegar mais cedo, permitindo assim uma melhor distribuição do transporte. Urbs está com 100% da frota à disposição. Pedimos para que a população ajude e não entre em ônibus lotados. É o momento de colaboração de cada um”, disse.