Araucária

Homem que manteve enteada em cárcere por 22 anos é denunciado por 11 crimes

violencia mulher
Imagem ilustrativa. Foto: Pixabay.

O Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentou denúncia contra o homem de 51 anos investigado por manter a enteada em cárcere privado por 22 anos na cidade de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A acusação, oferecida pela 4ª Promotoria de Justiça de Araucária, lista um total de 11 crimes praticados pelo agressor, sendo que alguns foram cometidos em múltiplas ocasiões ao longo das mais de duas décadas de violência.

O cárcere da vítima teve início quando ela tinha apenas 7 anos de idade. Aos 16 anos, a menina foi coagida a se casar com o agressor após engravidar. Durante o período de cativeiro e abuso, os estupros eram filmados. O acusado ainda impedia a vítima, hoje com 29 anos, de utilizar métodos contraceptivos, o que a levou a ter três filhos com ele.

Entre os crimes graves apontados pelo Ministério Público, estão os de estupro, estupro de vulnerável, estupro coletivo, cárcere privado, perseguição, registro não autorizado de intimidade sexual e dano emocional grave provocado à mulher. A maioria dos crimes listados possui qualificadoras ou majorantes previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).

A vítima e seus filhos estão recebendo acompanhamento, sendo atendidos pelos órgãos especializados da rede de proteção da comarca de Araucária. O processo corre sob sigilo na Justiça. 

Relembre o caso

No dia 16 de setembro, a vítima conseguiu elaborar uma estratégia e deixar a residência onde era mantida sob vigilância constante de câmeras de segurança. Ela comunicou ao denunciado que levaria os filhos a uma unidade de saúde, mas dirigiu-se diretamente a uma delegacia de polícia. Diante do relato e da situação de flagrante de perseguição, a equipe policial se deslocou até a residência do suspeito, onde foi preso.

Durante os 22 anos de cativeiro, a vítima relatou ter sofrido abusos constantes, além de agressões físicas e psicológicas severas por parte do ex-padrasto. Ela era monitorada por câmeras instaladas em toda a residência e controlada de forma rígida através do celular.

Conforme as apurações da Polícia Civil do Paraná (PCPR), o homem iniciou os crimes quando a vítima tinha apenas sete anos. Além disso, desde os 14 anos, a menina teria sido obrigada a ter relações sexuais com outros homens. A vítima afirma que foram, pelo menos, 30 desconhecidos ao longo dos anos.

Recentemente, o suspeito teria passado a proibir a mulher de utilizar anticoncepcional para forçá-la a engravidar de um outro homem. A vítima relatou que o desejo do agressor era que ela gerasse uma menina, para que ele pudesse “tomar posse” da criança.

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