Um homem de 40 anos que atuava como psicólogo em Curitiba foi alvo de uma ação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) nesta quinta-feira (24). As equipes cumpriram três mandados de busca domiciliar na residência e consultório do homem.
De acordo com a PCPR, o suspeito atuava como psicólogo desde 2021, período em que ainda não possuía o diploma da profissão. A polícia também afirma que ele confeccionava laudos com cadastros de conselhos profissionais falsificados.
As investigações começaram em junho de 2025, após pacientes relatarem que o suposto profissional realizava terapia de casais e compartilhava o conteúdo entre os pacientes.
Segundo o delegado da PCPR Thiago Dantas, em um dos casos, o homem orientou a família a afastar a paciente de casa. Ele também teria se responsabilizado por encontrar um hotel para que ela se tratasse melhor.
A partir de então, solicitou mais de R$ 10 mil para custear estadias e alimentação da vítima, que já possuía histórico de mais de 30 internações psiquiátricas. “Contudo, não foi repassada a quantia nem ofertado nenhum suporte, tendo a vítima ficado à própria sorte e na casa de conhecidos”, afirmou o delegado.
Durante a ação desta quinta-feira, policiais civis apreenderam um pendrive, carimbos, documentos diversos e diplomas de curso superior e mestrado. Os materiais passarão por perícia.
Homem possui registro de psicólogo, diz advogado
Advogado do acusado, Heitor Bender relata que aguarda autorização para conseguir acessar o processo e compreender todas as informações sobre as acusações. No entanto, Bender afirma que a acusação de falso psicólogo não procede.
De acordo com ele, o homem possui registro ativo no Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) desde janeiro deste ano. O advogado diz que durante o período da faculdade de psicologia, o suspeito fazia atendimentos na condição de psicanalista – formação que ele possuía desde meados de 2019.
“Ele atendia na qualidade de psicanalista. No final do ano [2024] ele se formou, deu entrada no CRP, pegou [o documento] e agora atendia na condição de psicólogo. Eu acredito que esteja havendo uma grande confusão no que se refere a isso. A condição de psicanalista não exige formação na área de psicologia”, defende Bender.
Sobre as acusações de estelionato e falsificação de registro, o advogado comenta que aguarda o acesso ao processo para entender as motivações.



