Operação Tank

Grupo é suspeito de lavagem de dinheiro em 46 postos em Curitiba

Imagem mostra uma viatura da Receita Federal e dois agentes.
De acordo com as investigações, as fraudes aconteciam no setor de combustíveis e no mercado financeiro. Foto: Reprodução/RF.

Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal mira uma organização criminosa suspeita de fraudar 46 postos de combustíveis em Curitiba e lavar dinheiro. A ação, na manhã desta quinta-feira (28), ocorre paralelamente a uma outra megaoperação que investiga grupos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no Sul e Sudeste do país. O nomes das empresas envolvidas não foram revelados.

Batizada de Operação Tank, a ação tem como objetivo desarticular uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no Paraná. Desde 2019, o grupo atuava por meio de uma complexa rede de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

As investigações apontam que os valores ilícitos chegavam a pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões. A estrutura criminosa utilizava diversas táticas para ocultar a origem dos recursos, como depósitos fracionados em espécie, que ultrapassaram R$ 594 milhões

As investigações apontam que os valores ilícitos movimentados chegavam a pelo menos R$ 600 milhões, enquanto o faturamento total das operações poderia ultrapassar R$ 23 bilhões. Para ocultar a origem dos recursos, a organização utilizava depósitos fracionados em espécie, que movimentou mais de R$ 594 milhões nesse formato. 

Outras estratégias do grupo eram o uso de laranjas, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços. A quadrilha explorava brechas no Sistema Financeiro Nacional para realizar transações anônimas via instituições de pagamento.

Postos de gasolina de Curitiba eram alvo de fraude

Pelo menos 46 postos em Curitiba estariam envolvidos nas práticas criminosas. Entre os esquemas identificados, destacam-se a adulteração de combustíveis e o chamado “bomba baixa”, em que o volume entregue ao consumidor é inferior ao indicado nas bombas.

Nesta quinta-feira, a operação cumpre 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 empresas foram bloqueados, totalizando mais de R$ 1 bilhão em constrições patrimoniais.

Com as investigações ainda em andamento, a ação busca desestruturar financeiramente o grupo, recuperar os valores desviados e combater a lavagem de dinheiro, além de reduzir a infiltração do crime organizado no mercado de combustíveis e no setor financeiro.

ParanáPetro se pronuncia sobre a operação.

Em nota, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (ParanáPetro) falou sobre o caso e destacou a posição do Paraná neste esquema organizado. Confira a nota na íntegra:

A infiltração do crime organizado no segmento de combustíveis de todo o Brasil é um problema grave, e que vem sendo denunciado e investigado pelas autoridades competentes nos últimos anos. O Paraná é especialmente sensível por conta da entrada de produtos importados pelo Porto de Paranaguá, utilizados de forma ilegal em adulterações, conforme informações que também já tinham sido levadas ao conhecimento dos órgãos fiscalizadores. A operação em curso, desse modo, é muito importante para combater a ilegalidade no segmento, que se espalhou pela produção, distribuição e revenda, em diversos estados do Brasil“, diz a nota.

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