Um projeto de lei enviado pelo governador Ratinho Junior à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (20/10) propõe ampliar o programa de colégios cívico-militares para incluir escolas de ensino integral na rede estadual. A medida altera a legislação original e abre caminho para uma nova fase do programa a partir do ano letivo de 2026, criando novas modalidades de organização escolar.

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Atualmente, o Paraná possui 312 colégios cívico-militares em funcionamento, que atendem aproximadamente 190 mil estudantes. Mesmo após a revogação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) pelo Governo Federal em 2023, o estado decidiu manter o formato. Com isso, consolidou-se como a maior rede de ensino cívico-militar do país.

Criado em 2020, o programa paranaense foi implementado após consultas públicas realizadas com pais, responsáveis e professores das comunidades escolares. Para o secretário da Educação, Roni Miranda, o modelo se legitimou pela adesão das famílias e pelos resultados educacionais obtidos ao longo dos últimos quatro anos.

“Esse é um modelo que atende uma solicitação de pais e professores e que se mostrou um acerto. Temos fila de solicitações e estamos trabalhando na legislação para ampliar as possibilidades do programa. O Paraná tem a melhor educação do Brasil e estamos trabalhando em ritmo acelerado para manter esse nível de excelência”, disse. 

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Miranda defende que o modelo cívico-militar contribuiu para avanços na disciplina escolar e no desempenho acadêmico. O funcionamento dessas escolas conta com a presença diária de policiais militares e bombeiros militares da reserva remunerada, que atuam como monitores de organização e apoio administrativo. A gestão pedagógica permanece sob responsabilidade da Secretaria da Educação (Seed).

O que muda?

O novo projeto prevê a inclusão das escolas de tempo integral no programa de colégios cívico-militares. O ensino integral vem crescendo no Paraná: em 2019 eram apenas 73 escolas, enquanto em 2025 serão 412 unidades distribuídas em 228 municípios, atendendo atualmente mais de 80 mil estudantes. 

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Nessa modalidade, os alunos permanecem nove horas diárias na escola, com oferta de cinco refeições, atividades pedagógicas diversificadas e formação integral que inclui esportes, cultura, tecnologia e projeto de vida.

Com a mudança proposta, municípios que desejarem implantar um colégio cívico-militar precisarão ter, no mínimo, duas escolas estaduais ativas. O projeto também abre espaço para que a rede estadual inclua o ensino técnico-profissionalizante dentro do modelo cívico-militar.

Por outro lado, o texto mantém as proibições existentes no formato atual. Continuam impedidas de aderir ao programa as instituições que funcionam no período noturno, os CEEBJAs (Educação de Jovens e Adultos), escolas indígenas, quilombolas, instituições conveniadas com a APAE, escolas itinerantes, unidades localizadas em assentamentos rurais ou instituições com dupla administração.

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