Nesta sexta-feira (12), o acidente envolvendo a fábrica de explosivos Enaex em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, completa um mês. A tragédia que tirou nove vidas e deixou sete pessoas feridas continua gerando desdobramentos e preocupações.

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O processo de identificação das vítimas foi oficialmente concluído em 21 de agosto, após um árduo trabalho que envolveu cerca de 80 profissionais da Polícia Científica. A confirmação das identidades foi realizada através de identificação genética e análise de impressões digitais – um trabalho minucioso e essencial para dar algum conforto às famílias enlutadas.

Em meio à dor, familiares das vítimas enfrentaram outro problema: foram alvo de tentativas de golpe. A Defensoria Pública do Paraná recebeu diversos relatos de golpistas que tentam contato com as famílias se passando por autoridades públicas – uma situação que adiciona mais sofrimento aos que já estão devastados pela perda.

O defensor público Ricardo Menezes da Silva usou as redes sociais para alertar sobre essas práticas criminosas. “Nós gostaríamos de esclarecer que a Defensoria Pública está atuando nesse caso com o objetivo de assegurar que os direitos envolvidos sejam efetivados e, acima disso, prestar todas as informações necessárias às famílias que tiveram parentes vitimados nessa fatalidade, mas também a outras pessoas que, de forma indireta, também foram afetadas pelo episódio”, disse.

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O Ministério Público não ficou parado. A Promotoria de Justiça de Quatro Barras enviou uma recomendação administrativa tanto para o Município quanto para a empresa, exigindo providências para garantir a segurança da população. O promotor André Luiz de Araújo determinou que a Prefeitura faça o isolamento preventivo do entorno da fábrica e divulgue um plano de comunicação de risco, com rotas de fuga e pontos de apoio.

Um detalhe comovente revelado pela Polícia Civil do Paraná após análise das câmeras de segurança mostra que as nove vítimas fatais haviam se reunido para uma oração pouco antes do último expediente. Segundo a delegada Géssica Andrade, elas tinham acabado de chegar à empresa e se preparavam para a troca de turno. No momento da explosão, os funcionários não estavam manipulando explosivos.

Quais são as causas da tragédia?

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Os trabalhos de coleta e buscas de materiais foram suspensos no dia 15 de agosto, três dias após a explosão, mas as investigações seguem para determinar as causas exatas da tragédia que abalou a região metropolitana de Curitiba e deixou cicatrizes profundas em tantas famílias paranaenses.