Volta do coronelismo?

Deputado do Paraná diz que vai armado para intimidar votos: “aprova tudo”

Foto: Orlando Kissner / ALEP.

A cerimônia que oficializou a pré-candidatura do deputado estadual Delegado Jacovós, para as eleições deste ano, gerou polêmica. Em evento da convenção do Partido Liberal (PL) na noite de quarta-feira (03), em Curitiba, sigla da qual faz parte, o deputado disse que vai armado para as votações na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), durante as atuações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Segundo disse Jacovós, ele leva consigo uma pistola ponto 40. “(…) passar tudo na Comissão de Justiça, que lá eu levo uma [arma] ponto 40, o pessoal fica com medo e aprova tudo”, afirmou o deputado, que teve 61.310 votos na eleição passada, com a pauta da segurança pública.

LEIA TAMBÉM:

>> Vereadores de Curitiba votam, em 1º turno, pela cassação de Renato Freitas

>> Em menos de duas semanas, 3 mil metros de cabos foram roubados na Av. 7 de setembro

Ainda no evento, segundo apurou o portal G1 Paraná, o deputado ainda disse que sempre é o relator em pautas e projetos conservadores apresentados pelo deputado estadual Ricardo Arruda (PL). “O Ricardo Arruda, estou fazendo aqui justiça, ele tinha uma tabelinha comigo. Todos os projetos e pautas conservadores que ele apresentava, quem que era o relator? Delegado Jacovós. E eu conseguia passar tudo na CCJ”.

Ao G1, a Alep explicou que é permitido que os deputados com posse de arma entrem na Casa, mas é proibido participar armado dos trabalhos em plenário e comissões. Ainda ao G1, a Alep destacou que “qualquer declaração em contrário é de inteira responsabilidade do parlamentar”.

Delegado diz que fala foi ‘descontração’

Em nota ao G1, o Delegado Jacovós disse que nunca foi armado para a Alep. “Com relação ao vídeo publicado na matéria, este parlamentar declara que tratou-se, apenas, de um momento de descontração em razão da dificuldade na aprovação de pautas conservadoras, tanto no Estado como na Federação”, diz a nota publicada pelo portal.

Até o fechamento da matéria, ainda não havia um posicionamento sobre o assunto do do deputado Nelson Justus, presidente da CCJ, e do mencionado Ricardo Arruda.