"Um horror"

Curitibanos são “esquecidos” na maior roda gigante da América Latina. “Medo, vento e escuridão”

Foto: Divulgação/FG BigWheel.

Dois amigos nascidos em Curitiba, mas residentes em Piraquara, na região metropolitana, foram “esquecidos” em uma das 36 cabines da Big Whell, a maior roda gigante estaiada da América Latina, localizada em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, na noite de terça-feira (11). A dupla passou aproximadamente uma hora em uma altura de 82 metros tendo o medo, o vento e a escuridão como companheiros. Funcionários do brinquedo desligaram as luzes e foram embora.

Beatriz Pádua, de 46 anos, e o amigo Dieferson Emanoel, de 33 anos, estavam na cidade catarinense para visitar o irmão de Beatriz. Antes de deixar o munícipio para retornar para casa, a dupla decidiu aproveitar os últimos momentos para curtir um dos principais pontos turísticos da cidade – a famosa roda gigante que proporciona uma linda vista da região.

+Leia mais! Como acabar com o estômago alto depois dos 40 anos?

“Pagamos o ingresso de R$ 36 às 20h44 minutos e iniciamos no brinquedo fazendo foto e vídeo. Aí deu a primeira volta e já estava levantada para deixar a cabine, mas não parou. Pensei que tinha ganho uma outra chance de dar a segunda volta e tiramos onda. No entanto, escureceu tudo e parou. Olhamos um para o outro e o silêncio tomou conta. Quando olho para o outro lado, vejo os ferros e os funcionários indo embora. Nós fomos esquecidos”, disse Beatriz.

Beatriz e o amigo acabaram sendo “esquecidos” dentro da atração. Foto: Colaboração/Arquivo Pessoal

Ao visualizar a saída dos colaboradores da Big Whell, o medo tomou conta da dupla. A primeira medida foi apertar o interfone da cabine, mas ninguém atendeu. Depois disso, Beatriz ligou para o irmão, no entanto, no primeiro momento, ele pensou que fosse uma brincadeira. Ao perceber que aquilo era real, o irmão se deslocou para o local.

“Ligamos para a Polícia, Bombeiros e a cabine balançava com o vento. Um pânico total, sem saber o que ia acontecer. Ficamos perto de uma hora e posso dizer que foi um descaso com a gente. Ainda bem que não temos problemas cardíacos, depressivos ou somos crianças. Além disso, os celulares estavam carregados para pedir ajuda. Foi um horror”, desabafou Beatriz.

+Viu essa? Bandeira Laranja continua em Curitiba, mas com novas restrições; veja o que muda

A descida

O irmão de Beatriz chegou junto com os bombeiros e encontrou um funcionário da atração. Ao ser informado do problema, o brinquedo voltou a funcionar e a dupla chegou ao chão com segurança.

“Não tem um aviso sonoro falando do encerramento do horário do brinquedo. O gerente conversou conosco depois e pediu desculpas. Fizemos um boletim de ocorrência e vamos procurar nossos direitos. Não queremos prejudicar ninguém, mas não fomos assistidos. Além disso, muitas pessoas estão nos ofendendo nas redes sociais falando que a gente poderia aproveitar a cena. Estamos indignados e a ficha está caindo agora depois de várias horas do acontecido. O sentimento é de revolta, indignação e preconceito”, reforçou Beatriz.  

E aí Big Whell?

Em nota, a Big Whell informou que ao final do passeio o casal não foi desembarcado. Confira a nota na íntegra:

“O casal não foi desembarcado e continuou para uma segunda volta, e em nenhum momento fez contato com os operadores pelo interfone, que estava funcionando. Dez minutos depois, quando a roda foi desligada para manutenção e limpeza, o casal acionou parentes pelo celular, mas antes disso os operadores perceberam que o casal estava na roda pelo circuito interno de TV. Eles reiniciaram o equipamento e fizeram o desembarque normalmente. Entre a parada e o desembarque foram cerca de 25 minutos, e em nenhum momento houve qualquer situação de risco”, diz a nota.