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Cuidar do intestino ajuda a envelhecer melhor, aponta especialista

Digestão
Foto: Pixabay/Reprodução

Quando o assunto é envelhecimento saudável, é comum que o rumo da conversa siga para maneiras de como cuidar do cérebro. Entretanto, Maria Luiza Repúla, nutricionista do Laboratório Duom, explica que entre os pilares para envelhecer bem também está o cuidado com o intestino.

De acordo com a especialista, uma das maneiras de garantir a manutenção deste órgão, de extrema importância, é manter uma alimentação equilibrada, com grande variedade de nutrientes.

“Num primeiro momento, é normal sentir um certo desconforto. Tudo leva um tempo, são passos gradativos. A primeira coisa é olhar com atenção para a hidratação. Se a minha hidratação não está bacana, eu tomo uma garrafinha d’água no dia, eu preciso dobrar essa meta”, destaca a nutricionista.

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Após sentir que avançou na ingestão diária de água, Luísa explica que é necessário observar a composição das refeições a fim de torná-las, aos poucos, mais adequadas. Para quem deseja envelhecer bem, a nutricionista recomenda um café da manhã com, ao menos, uma fonte proteica. “A base primordial é a gente manter o nível de proteína. Então, fontes como ovos, queijo, ou iogurte para começar o dia”.

Para o almoço e o jantar, a nutricionista ressalta a importância do consumo de verduras e legumes. Porém, caso a pessoa não goste do sabor de tais alimentos, o recomendável é camuflar os ingredientes em pratos mais atrativos, como em uma lasanha de abobrinha, por exemplo.

O segredo, segundo Luísa, é educar as papilas gustativas. Assim que você passa a se acostumar com o gosto dos alimentos vindos da terra, tudo se torna mais fácil com o tempo.

Embutidos são os piores vilões

Por mais que o tema seja falado com frequência, pouco se discute sobre o que de fato é envelhecer bem. Para Luísa, é necessário ter plena compreensão de que o envelhecimento saudável está totalmente atrelado a autonomia na terceira idade.

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“Não é, necessariamente, não ter doenças. A gente busca evitar, mas, às vezes, existem questões genéticas que não podemos esquecer. É sobre ter qualidade de vida, capacidade funcional que me permita realizar tarefas, passeios, que me proporcione bem-estar. É uma soma contínua de bons hábitos”, explica.

Segundo Luísa, nesta grande busca de manter o corpo saudável para enfrentar as dificuldades da velhice é importante lutar contra os grandes vilões: os embutidos. Ela destaca que isso não significa comer apenas frutas e verduras, mas procurar descascar mais e desembalar menos.

Uma alternativa para “matar a vontade” nos dias que bate o desejo de comer uma “besteirinha” seria faze-las em casa. Ao querer comer um hamburguer, ou tomar um suco, o ideal é evitar comprar pronto. Isso porque, segundo a nutricionista, os alimentos embutidos são ricos em sódio, o que pode causar sérios problemas de saúde a longo prazo, como câncerdoenças cardiovascularesdiabetes tipo 2.

Isso ocorre, porque o intestino é responsável por eliminar tudo que é filtrado pelo corpo. Caso ele não funcione direito, por não estar devidamente hidratado ou por não receber bons alimentos, ele ficará retendo o que há de pior. Com isso, segundo Luísa, tudo que era para ser extraído, será reabsorvido e jogado na corrente sanguínea.

“Eu preciso priorizar gorduras boas, com fontes de ômega mesmo, as oleaginosas. Isso vai trazer um benefício enorme para a saúde do cérebro e do intestino, que é considerado o nosso segundo cérebro”, explica.

O impacto da boa alimentação na saúde mental

Segundo o médico geriatra Carlos Sperandio, ao todo, o ser humano conta com quatro pilares que sustentam uma vida longa e saudável: Biológico, Psicológico, Social e Espiritual. Cada pilar contribuí com a existência do outro. A boa alimentação, por exemplo, também contribuí com a saúde mental, e vice-versa.

“A geriatria precisa ter um olhar para além da saúde física. Costumo dizer que somos médicos do interno e do entorno. A qualidade de cada um desses pilares impacta o outro na qualidade de vida do idoso. Não basta envelhecer, é preciso envelhecer bem”, destaca.

Para o especialista em Clínica Médica e Medicina de Família, quanto melhor e mais saudável está o corpo, melhor a cabeça responde. Da mesma forma quando se mantem um bom convívio social e uma busca por crenças que nutrem o espiritual.

“Estudos em diversos países mostram que a solidão e o isolamento são fatores de risco para adoecimento e até morte. Mesmo nas redes sociais, normalmente os idosos têm um comportamento passivo, apenas de ler e consumir conteúdo. Mas manter vínculos é tão importante quanto cuidar do coração ou dos ossos”, alerta o geriatra.

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